Total de visualizações de página

quarta-feira, 9 de março de 2011

QUARTA FEIRA DE CINZAS

         A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma, período que antecede a Páscoa. Costuma-se dizer que é o período de preparação para a Páscoa (Páscoa = Passagem). A cinza que o cristão recebe na testa, nesta quarta-feira, simboliza a reflexão que o católico deve fazer, sobre o dever da conversão, das mudanças que precisa fazer em sua vida e de reflexão sobre a sua vida espiritual. É o período em que o católico deve se aproximar de Deus, buscando o seu crescimento espiritual.

       Neste período o cristão se recolhe mais, faz retiros espirituais, fica em oração, jejua, estabelece seus propósitos para Páscoa, é um período em que também deve se preocupar com a caridade. Lembrando que a caridade não se limita dar coisas materiais, para as pessoas necessitadas. Pode ser através de um sorriso, de um cumprimento, de uma palavra de carinho ou de conforto, por meio de um abraço, etc.

     Esta é a forma simbólica em que o cristão renasce como Cristo. É o momento de preparação para poder viver com dignidade o Mistério Pascal – paixão, morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

     Infelizmente hoje, esse período não é mais vivenciado por muitas pessoas, que até criticam os que seguem ainda esses rituais. As pessoas estão deixando de lado o que está relacionado com as questões espirituais, pois acreditam naquilo que conseguem tocar, ver, sentir.

     Jung com sua sabedoria, dizia que o grande desafio do homem moderno seria a entrega da consciência humana, ao indefinido e indefinível. E parece que isso está acontecendo, pois Deus já não faz parte da vida de algumas pessoas. Elas criaram o seu próprio deus ou eles mesmos se intitulam deus.

     As pessoas acham perda de tempo parar, conversar com Deus e escutar o que Ele tem a dizer. Pois encontram coisas muito mais importantes para fazerem, ouvirem e verem, como por exemplo, assistir o “Big Brother”. Por isso, é que temos tantas desgraças, violências, tragédias, doenças, sofrimentos no mundo. Isso não pode ser compreendido como um castigo de Deus ou como vontade de Deus, porque em sua misericórdia, em sua bondade e em seu amor, Deus jamais castigaria qualquer filho seu, nem mesmo aqueles que o negam. Muito menos, Ele que ver seus filhos sofrerem. Todas essas coisas são de responsabilidade do homem, mas que prefere projetar para Deus, isentando-se de sua responsabilidade.

    Talvez esse período de Quaresma, seja a grande oportunidade que o cristão tenha de procurar buscar respostas para as coisas que o angustia, que o deixa ansioso, que o gera sofrimento. Valendo-me, novamente de Jung, talvez esse período seja a oportunidade que o humano tem de escutar a voz da “alma”. Jung faz uma analogia entre alma e Deus.

    Se você sofreu decepções com a Igreja católica, lembre-se que não foi com a Igreja, não foi com Deus, mas sim com as pessoas que lá se encontram. É importante que tenhamos claro, que quem nos decepciona são as pessoas: os padres, os bispos, a comunidade e até mesmo o Papa. O que não podemos é generalizar e usar isso para nos afastarmos de Deus, podemos sim, buscar a igreja e a religião em que nos sentirmos bem, para nos ligarmos a Ele.

    Respeito todas as crenças e também os ateus, mas como católica e teóloga, não posso deixar passar em branco o início da Quaresma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário