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quinta-feira, 17 de março de 2011

MULHERES QUE ESTABELCEM RELAÇÕES ADOECIDAS COM O PARCEIRO

        Cada vez mais, fico me questionando o motivo pelo qual ainda existem mulheres, que se permitem ficar num relacionamento que as faz sofrer. Penso que talvez não queiram sair de uma zona de conforto, que tenham medo da solidão, medo de serem discriminadas por estarem sós ou que elas se acostumaram com o vínculo tantalizante que estabeleceram com o parceiro.

       Por incrível que pareça, existem muitas mulheres que permitem que o parceiro comande a sua vida, dizendo-lhe o que tem que fazer, impondo-lhe condições, delegando-lhe tarefas, não respeitando o seu espaço, a sua liberdade e muito menos a sua vontade. Gerando-lhes sentimento de culpa, quando não fazem o que ele quer.

      Esse tipo de relação pode ser analisado por vários vieses, mas todos eles nos mostrarão que se trata de uma relação adoecida, onde fica estabelecida a figura do dominador e a do dominado. O dominador estabelece uma relação de poder sobre o dominado, assumindo o papel de controlador,  tirando-lhe a sua autonomia, tornando-a submissa.

     A sedução é outra característica do dominador, pois esta é a forma ética que encontra para conquistar o amor da outra pessoa. Não obstante, é muito comum ao atingir seu objetivo, desprezá-la ou abandoná-la, partindo para uma nova conquista. Sabe que se resolver voltar, será aceito. Também é comum sair para as suas conquistas, deixando a mulher em casa, esperando-o. Ela por sua vez, faz que acredita nas desculpas que ele dá, pois teme perder o seu “Dom Juan”.

         O dominado refere sofrer com essa situação, que não quer mais viver assim, porém não consegue fazer nenhum movimento para mudar a situação. Sempre encontra uma justificativa para permanecer na relação, chegando a dizer que ainda não é o momento. Fico me perguntando, será que algum dia será o momento?

       Vejo a fragilidade de ego dessas mulheres, que assumem o papel do domiado, tentando  na maioria das vezes, se mostrarem como pessoas fortes, mas é só dar uma “cutucada” de leve e elas se desmoronam. Percebe-se o sofrimento psíquico, porém nada pode ser feito se a pessoa não tomar a decisão de mudar, de romper com tudo isso que vive e reiniciar a sua vida. Sabe-se que tomar uma decisão não é fácil, mas às vezes, é necessário.

       Esta semana escutei de uma senhora jovem, que tem um bom nível cultural e social, após ter feito inúmeras reclamações do marido: “já iniciei vários tratamentos com psicólogos, psiquiatras, mas nunca dei continuidade, porque vi que se eu continuasse, teria que me separar do meu marido”. Não disse nada, porque não estava no meu papel de psicóloga, mas fiquei pensando, como que uma pessoa que se queixou tanto do marido, consegue falar isso, sem um mínimo de constrangimento.

       Confesso que fico preocupada e entristecida quando escuto uma fala dessas, pois não vejo perspectivas na vida dessa pessoa, que decidiu por viver uma vida de miserabilidade afetiva. Na realidade, nesse tipo de relação, um precisa do outro para que aja o processo de retroalimentação patológica. Mesmo que a pessoa se separe, se não fizer um tratamento psicoterápico, continuará repetindo o padrão de relacionamento que tem em seu inconsciente.

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