O texto postado hoje é contribuição da colega Simone Lemos.
A busca por profissionais da área da Psicologia
para auxiliar e dar subsídios ao Juiz vem crescendo gradativamente. Esse texto
tem por objetivo esclarecer os leitores desse blog e mostrar a importância dos
instrumentos de avaliação psicológica na área forense, no caso específico a
Justiça do Trabalho.
Na avaliação psicológica, os testes são
instrumentos objetivos e padronizados de investigação do comportamento, que
informam sobre a organização normal dos comportamentos desencadeados pelos
testes (por figuras, sons, formas espaciais, etc.), ou de suas perturbações em
condições patológicas.
Em nenhum momento se pretende reduzir o sujeito a
um número. Por isso o uso dos testes deve estar sempre inserido em um
psicodiagnóstico.
O psicólogo deve avaliar quantitativamente os
comportamentos e respostas do sujeito, integrando estes dados com a avaliação
qualitativa.
O resultado de uma avaliação psicológica deve ser
interpretado como uma estimativa de desempenho do examinando sob um dado
conjunto de circunstâncias.
Os testes devem ser vistos como uma fonte de
dados que podem incrementar a validade de outras informações que foram colhidas
na história do periciado ou por outra fonte. A recomendação do uso de mais de
um teste para medir a mesma variável ajuda a aumentar os níveis de
probabilidade.
Existem testes que permitem a diferenciação de
características estruturais e reacionais.
Indicadores inequívocos não existem nem na
testagem, nem em uma avaliação clínica. Os indicadores devem ser vistos em
conjunto e exigem por parte do psicólogo um raciocínio clínico para
integrá-los.
Os testes
psicológicos devem ser considerados uma fonte rica de informações sobre a
possibilidade da presença de distorções intencionais nas informações prestadas.
Ainda que nenhum teste possa, de forma
inequívoca, identificar uma simulação, um conjunto planejado de instrumentos
pode propiciar dados que terão um papel crítico no momento da decisão sobre a
presença ou não de tal fenômeno (Ackerman, 1999).
O preparo técnico do psicólogo é de extrema
importância. A técnica deve ultrapassar a simples aplicação e o levantamento
das provas psicológicas, para compreendê-las em sua dinâmica e premissas
básicas, possibilitando identificar distorções e incongruências nas respostas
emitidas.
O psicólogo perito deve ter experiência quanto
aos quadros clínicos que avalia, conhecendo o perfil típico dos mesmos nos
testes que utiliza.
Os métodos e as técnicas utilizadas por
psicólogos devem sempre estar inseridos em um processo mais amplo e integrados
de investigação: acompanhados de uma entrevista, observação de conduta e nunca
usar um único teste.
Por fim, o Perito Psicólogo é um profissional
preparado para contribuir com os Juizes e Advogados nos processos judiciais e
utiliza os testes psicológicos como ferramenta confiável e essencial para
obtenção de um laudo mais conclusivo.
Simone
Lemes é sócia na empresa CLM Perícias, Psicóloga, possui sólida experiência em
Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, especialista em Psiquiatria Forense,
Saúde Mental e Lei pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto
Alegre, Assistente Técnica de empresas em processos de danos morais, danos
psíquicos, doenças ocupacionais na área psicológica, Psicoterapeuta,
especialista em Psicologia Clínica, foi membro da Associação Brasileira de
Psicologia Jurídica (2009/2011), Professora convidada do curso de Psiquiatria
Forense, Saúde Mental e Lei – UFCSPA, na disciplina de Elaboração e
Interpretação de Laudos Judiciais, Coordenadora e Colunista da Revista Planeta
Empreendedor Magazine Online e TV planeta Empreendedor e Consultora do
Instituto Nacional de Comunicação e Relacionamento- INCRE.