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domingo, 26 de agosto de 2012

LIDANDO COM O INADEQUADO

         
           


            Faz poucos dias que escrevi sobre o chato e o inadequado e por incrível que pareça, na semana que abordo esse assunto, tenho que vivenciar uma situação com um inadequado. O que confirmou o quanto essas pessoas são desagradáveis, inoportunas, agem de forma soberba, mas ao mesmo tempo, procuram vender a ideia de que são humildes.
            Fui até uma farmácia perto do meu consultório e lá fui abordada por um senhor que me cumprimentou educadamente. Bastou eu retribuir o cumprimento para que a criatura deixasse que a inadequação tomasse conta do seu comportamento. Começou a traçar vários elogios a minha pessoa, como se fosse um velho conhecido, mas na realidade era a primeira vez que me via. Como viu que isso não estava causando o efeito que esperava, resolveu me convidar para tomar uma “cerva”. Como agradeci e não aceitei o convite, resolveu pedir o meu telefone de forma insistente, o que respondi que não daria. Claro que nessas alturas eu já estava morrendo de vergonha dos funcionários da farmácia e extremamente incomodada, mas procurava manter a classe.
            Para compensar, o funcionário que me atendia, procurando ser o mais eficiente possível, se esmerava em procurar os produtos que eu queria, dando tempo para o inadequado atuar. Felizmente, a pessoa que o atendia, vendo a situação, foi logo agilizando o atendimento, para que ele fosse embora, me deixando mais à vontade. Tão logo a sua demanda foi atendida e tendo que ir embora sem êxito, não satisfeito com toda a minha indiferença a sua fala, resolveu vir apertar a minha mão, traçar mais meia dúzia de elogios, dar um beijo de comadre e para finazilar, na tentativa de ver se eu mudava de ideia,  disse que ali ele era o fulano, mas na rua era procurador do estado. Como se isso fosse fazer alguma diferença na minha postura em relação a ele. Pelo contrário, o meu ar de desprezo foi maior.
            Infelizmente o meu rosto fala por mim, e a cara que fiz quando disse isso, o deixo incomodado. Fazendo com que ficasse me olhando, louco de vontade de dizer mais alguma coisa, mas como lhe dei as costas, só lhe restava ir embora.
Confesso que no lugar dele, não teria revelado o seu cargo, pois isso só atestou a sua falta de crítica, a sua onipotência, a sua pobreza enquanto pessoa, a sua empáfia, entre tantas outras coisas que não vale a pena ficar enumerando aqui. Sem falar, que o seu comportamento não estava de acordo com o seu cargo, afinal ele não sabia quem eu era.
Essa situação só comprovou que o inadequado está presente em todas as classes sociais, culturais e econômicas e que infelizmente, às vezes somos obrigados a nos defrontar com essas criaturas, até mesmo quando as desconhecemos.
Creio que apesar da minha postura em relação ao seu comportamento, deixar claro que ele estava sendo inconveniente, mesmo assim, não conseguiu compreender isso, mantendo a sua insistência até o final. Fiquei pensando o quanto a inadequação é capaz de expor as pessoas, pois a atitude desse senhor para comigo, foi de um moleque, de um conquistador barato e não de um procurador do estado, como fez questão de dizer ser.


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