Faz poucos dias que
escrevi sobre o chato e o inadequado e por incrível que pareça, na semana que
abordo esse assunto, tenho que vivenciar uma situação com um inadequado. O que
confirmou o quanto essas pessoas são desagradáveis, inoportunas, agem de forma
soberba, mas ao mesmo tempo, procuram vender a ideia de que são humildes.
Fui até uma farmácia perto do meu consultório e lá fui
abordada por um senhor que me cumprimentou educadamente. Bastou eu retribuir o
cumprimento para que a criatura deixasse que a inadequação tomasse conta do seu
comportamento. Começou a traçar vários elogios a minha pessoa, como se fosse um
velho conhecido, mas na realidade era a primeira vez que me via. Como viu que
isso não estava causando o efeito que esperava, resolveu me convidar para tomar
uma “cerva”. Como agradeci e não aceitei o convite, resolveu pedir o meu
telefone de forma insistente, o que respondi que não daria. Claro que nessas
alturas eu já estava morrendo de vergonha dos funcionários da farmácia e
extremamente incomodada, mas procurava manter a classe.
Para compensar, o funcionário que me atendia, procurando ser
o mais eficiente possível, se esmerava em procurar os produtos que eu queria,
dando tempo para o inadequado atuar. Felizmente, a pessoa que o atendia, vendo
a situação, foi logo agilizando o atendimento, para que ele fosse embora, me
deixando mais à vontade. Tão logo a sua demanda foi atendida e tendo que ir
embora sem êxito, não satisfeito com toda a minha indiferença a sua fala,
resolveu vir apertar a minha mão, traçar mais meia dúzia de elogios, dar um
beijo de comadre e para finazilar, na tentativa de ver se eu mudava de ideia, disse que ali ele era o fulano, mas na rua era
procurador do estado. Como se isso fosse fazer alguma diferença na minha
postura em relação a ele. Pelo contrário, o meu ar de desprezo foi maior.
Infelizmente o meu rosto fala por mim, e a cara que fiz
quando disse isso, o deixo incomodado. Fazendo com que ficasse me olhando,
louco de vontade de dizer mais alguma coisa, mas como lhe dei as costas, só lhe
restava ir embora.
Confesso que no lugar dele, não teria revelado o seu cargo, pois isso só
atestou a sua falta de crítica, a sua onipotência, a sua pobreza enquanto pessoa, a sua empáfia, entre tantas
outras coisas que não vale a pena ficar enumerando aqui. Sem falar, que o seu
comportamento não estava de acordo com o seu cargo, afinal ele não sabia quem
eu era.
Essa situação só comprovou que o inadequado está presente em todas as
classes sociais, culturais e econômicas e que infelizmente, às vezes somos obrigados
a nos defrontar com essas criaturas, até mesmo quando as desconhecemos.
Creio que apesar da minha postura em relação ao seu comportamento, deixar
claro que ele estava sendo inconveniente, mesmo assim, não conseguiu compreender
isso, mantendo a sua insistência até o final. Fiquei pensando o quanto a inadequação é capaz de expor as pessoas, pois a atitude desse senhor para comigo, foi de um moleque, de um conquistador barato e não de um procurador do estado, como fez questão de dizer ser.
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