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domingo, 4 de novembro de 2012

A DOENÇA PODE SER UMA OPORTUNIDADE PARA O INDIVÍDUO ENCONTRAR-SE CONSIGO MESMO

     
         Várias são as maneiras que temos de entrarmos em contato com o nosso eu, no entanto, muitas vezes, isso só acontece quando nos deparamos com uma doença e somos obrigados a parar e pensar sobre a nossa vida. É lamentável quando nos valemos disso para podermos nos olhar, pois muitas são as oportunidades que a vida nos dá, mas preferimos não vê-las, pois temos que correr em busca de algo, que na maioria das vezes não sabemos o que é ou para que serve, mas mesmo assim, corremos desenfreadamente, visto ser essa a demanda que a sociedade nos impõe.

            A dor de uma doença nos leva a solidão, permitindo uma relação entre o indivíduo e o seu ser, levando-o a pensar e questionar sobre sua finalidade, o seu horizonte, a testar suas forças, os seus impulsos, a reconhecer seus erros, a aprender a lidar com os fantasmas da alma, a fim de entender o seu corpo e sua simbologia, que na maioria das vezes não conseguimos decodificá-la. Se olharmos a doença por esse prisma, podemos vê-la como um aspecto positivo na vida do indivíduo, pois o conduz para o ensimesmamento. O indivíduo ao ensimesmar-se consegue abrir os olhos da alma, passando a ver e entender o que até então lhe estava obscuro. Com isso, consegue, às vezes, ver que o sofrimento tem a função de fazer progredir a espécie, pois possibilita ver o que não se vê sem sofrer.

            Quando a doença se apresenta para alguém, precisa-se verificar qual a sua função na vida daquela pessoa, naquele momento. É bastante comum as pessoas se revoltarem, resistirem e até mesmo negarem a doença, por não compreenderem que ela pode estar a serviço do estímulo da virtude e do autoconhecimento que aquela pessoa precisa ter. A doença, em alguns casos, pode servir como o anzol do conhecimento, a fim de contribuir para a liberdade do espírito, permitindo ao homem o autodomínio e a disciplina do coração, que o levarão a conquistar a grande saúde.

            Vimos à doença por outro viés que não estamos acostumados a ver, por isso, sofremos e nos desesperamos quando ela chega, mas nem sempre a enfermidade pode ser compreendida como um sofrimento, mas sim como um estimulante para viver e viver plenamente. A dor de uma doença só pode ser avaliada por aquele que vive, mas o que não pode ser esquecido é que ela é a uma das fontes da sabedoria do humano.

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