Tenho pensado muito e questionado o que tem levado as pessoas sofrerem
tanto. Percebo isso não apenas no meu consultório, mas nas conversas das
pessoas no salão de beleza, nos restaurantes, nas ruas, nos transportes coletivos,
nas conversas informais com os amigos e conhecidos e confesso que fico, às
vezes, questionando a minha maneira de encarar a vida e de viver, pois não
consigo encontrar esse sofrimento que elas falam e vivem. Não que eu esteja
invejando o sofrimento dos outros, longe disso, mas tento entender para poder
ajudá-las de alguma forma.
Percebo que atualmente as pessoas têm a tendência a supervalorizar as
situações, percebendo-as de forma distorcida na maioria das vezes. Fazem a
leitura dos fatos com base nas suas crenças e por isso, acabam interpretando-os
apenas com a emoção, deixando de lado a razão, que é algo tão necessário quando
nos deparamos com algum problema. Não sabem que a emoção contribui para acionar
os pensamentos disfuncionais e esses fazem com que tenham uma
reação/comportamento que irá reforçar a crença que está inserida há muitos anos
no seu inconsciente, levando-as a acreditar que se trata de uma verdade.
Vejo pessoas que vivem presas a situações passadas, sofrem e se lamentam
por isso, como se algo fosse mudar em sua vida. Não se dão conta que esse
movimento só lhe fortalece o sofrimento, pois nada irá mudar. O que fizemos há
uma hora, não tem mais como ser mudado, portanto, não adianta ficar sofrendo
por isso. Se for algo que precisa ser corrigido, busque alternativas, peça
desculpas se for o caso, pense como fazer diferente, mas não fique paralisado
frente à situação ocorrida.
Existem estudos que apontam que setenta e cinco por cento das pessoas
vivem o ontem, vinte por cento vive o amanhã e apenas cinco por cento vive o
hoje. Viver o ontem ou o amanhã é querer sofrer, precisa-se trabalhar com o que
temos hoje e ver o que tiramos de proveito das coisas que vivemos ontem e
pensarmos no que podemos fazer para não cometermos os erros do passado no
amanhã.
Criar situações, estabelecer diálogos no seu imaginário, tentar adivinhar
o que o outro está pensando são artifícios usados para alimentar o sofrimento. Aí
cabe pensarmos por que as pessoas precisam disso para viver. Fico com a
sensação que é a forma que encontram de manter a sua mente ocupada, mas podem trocar isso por uma boa leitura, por um trabalho voluntário, por um
esporte, por algo que ocupe a sua mente, libertando-se do sofrimento. Lembre-se
que a maioria das pessoas não gostam de conviver com pessoas que só se lamentam
ou contam desgraças.
Procure ter uma “mens sana in
corpore sano”, ou seja, uma mente sã num corpo são, pois sem sobra de
dúvida, viverá melhor.
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