Total de visualizações de página

terça-feira, 6 de novembro de 2012

EM BUSCA DO SOFRIMENTO

  
Tenho pensado muito e questionado o que tem levado as pessoas sofrerem tanto. Percebo isso não apenas no meu consultório, mas nas conversas das pessoas no salão de beleza, nos restaurantes, nas ruas, nos transportes coletivos, nas conversas informais com os amigos e conhecidos e confesso que fico, às vezes, questionando a minha maneira de encarar a vida e de viver, pois não consigo encontrar esse sofrimento que elas falam e vivem. Não que eu esteja invejando o sofrimento dos outros, longe disso, mas tento entender para poder ajudá-las de alguma forma.

Percebo que atualmente as pessoas têm a tendência a supervalorizar as situações, percebendo-as de forma distorcida na maioria das vezes. Fazem a leitura dos fatos com base nas suas crenças e por isso, acabam interpretando-os apenas com a emoção, deixando de lado a razão, que é algo tão necessário quando nos deparamos com algum problema. Não sabem que a emoção contribui para acionar os pensamentos disfuncionais e esses fazem com que tenham uma reação/comportamento que irá reforçar a crença que está inserida há muitos anos no seu inconsciente, levando-as a acreditar que se trata de uma verdade.

Vejo pessoas que vivem presas a situações passadas, sofrem e se lamentam por isso, como se algo fosse mudar em sua vida. Não se dão conta que esse movimento só lhe fortalece o sofrimento, pois nada irá mudar. O que fizemos há uma hora, não tem mais como ser mudado, portanto, não adianta ficar sofrendo por isso. Se for algo que precisa ser corrigido, busque alternativas, peça desculpas se for o caso, pense como fazer diferente, mas não fique paralisado frente à situação ocorrida.

Existem estudos que apontam que setenta e cinco por cento das pessoas vivem o ontem, vinte por cento vive o amanhã e apenas cinco por cento vive o hoje. Viver o ontem ou o amanhã é querer sofrer, precisa-se trabalhar com o que temos hoje e ver o que  tiramos de proveito das coisas que vivemos ontem e pensarmos no que podemos fazer para não cometermos os erros do passado no amanhã.

Criar situações, estabelecer diálogos no seu imaginário, tentar adivinhar o que o outro está pensando são artifícios usados para alimentar o sofrimento. Aí cabe pensarmos por que as pessoas precisam disso para viver. Fico com a sensação que é a forma que encontram de manter a sua mente ocupada, mas podem trocar  isso por uma boa leitura, por um trabalho voluntário, por um esporte, por algo que ocupe a sua mente, libertando-se do sofrimento. Lembre-se que a maioria das pessoas não gostam de conviver com pessoas que só se lamentam ou contam desgraças.

Procure ter uma “mens sana in corpore sano”, ou seja, uma mente sã num corpo são, pois sem sobra de dúvida, viverá melhor.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário