Não podemos negar que
comprar é uma coisa prazerosa, por nos levar a ter a sensação de poder, de
autonomia, de superioridade, etc, e também pode ser uma das maneiras que
encontramos para quebrar a rotina. Só que existem pessoas que vivem quebrando a
rotina, lotando seus guarda-roupas com peças que nem lembram mais que tem, com
sapatos que nunca usaram, chegando às vezes, a comprar número menor do que seu
pé, só porque gostaram do modelo, acumulam em suas bibliotecas livros
e filmes que nunca leram ou assistiram, na dispensas da casa armazenam
alimentos que já estão com a data vencida. Adoram comprar pela internet, pois
tudo é “muito baratinho” e por isso adquirem eletrônicos, viagens,
eletrodomésticos, móveis, quando não acordam resolvidas a comprar ou trocar de
carro.
Essa é a forma fácil que as pessoas encontram de
desperdiçar o seu dinheiro, de contrair dividas, de criar uma série de
problemas, sem falar que diminuem o seu poder de compra.
A impulsividade impossibilita a pessoa de pensar e
analisar se realmente deve ou não gastar o seu dinheiro daquela maneira, sem priorizá-lo
para coisas importantes e que lhe oportunize um estilo de vida que lhe trará
como consequência a qualidade de vida.
Mas tem como controlar a impulsividade sem medicação?
Sim, se a pessoa conscientizar-se que tem problema em administrar suas finanças
e estiver disposta a passar por um processo de reeducação financeira. Nesse
processo de reeducação, o primeiro passo a ser seguido é eliminar todos os
gastos supérfluos, replanejar o seu orçamento e não se deixar levar pelo
principio do prazer e se achar merecedora de tudo. Outro ponto a ser observado
é ter objetivos claros do que quer para sua vida e saber que não poderá obter
tudo ao mesmo tempo, que as conquistas devem ser gradativas. O terceiro ponto a
ser destacado é que a pessoa precisa adquirir o hábito de ter um tempo para se
dedicar a organizar e planejar sua vida e não levá-la de qualquer jeito.
Considero esses três pontos como os principais para quem quer mudar a sua
maneira de lidar com o dinheiro.
O sentimento de ser merecedora não está só associado aos
sentimentos de menos valia, de inferioridade, de ansiedade, de tristeza, de
angústia, como por muitos anos pensamos. Hoje se sabe que existem áreas do
nosso cérebro que atuam no nosso comportamento quando o assunto é dinheiro e
isso vem sendo comprovado pelas pesquisas realizadas pelo pessoal da
neurociência e do neuromarketing.
Antes de se endividar, de buscar culpados ou de achar
justificativas para o comprar impulsivo, é interessante pensar e até discutir com
os familiares quais são os seus sonhos e as estratégias que poderão usar para
realizá-los, sem se endividar.
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