Participo de um grupo
de discussão de psicologia e outro dia foi lançado a seguinte discussão ”Como
lidar com o apelo da mídia ao consumo por parte das crianças”. Penso que compete
aos pais lideram com isso, partindo não só da sua realidade financeira, mas
também do bom senso.
Temos visto que os pais na tentativa de aliviar sua culpa
por não conseguirem estarem tão presentes na vida dos filhos, acabam dando tudo
o que eles pedem. Não é só isso, muitos verbalizam que tentam dar aos filhos o
que não tiveram quando criança e dessa forma não avaliam se a atitude que estão
tendo será a melhor.
É difícil dizer o que é melhor, porque é algo subjetivo,
mas precisamos avaliar se ao dar tudo o que o filho pede não se está
contribuindo para o desenvolvimento de um falso self. Vemos famílias
endividadas, comprando o que não tem condições de pagar para atender não só a
demanda dos filhos, mas também a sua demanda interna que está relacionada às suas
emoções, aos seus sentimentos, só que não percebem isso porque não pensam sobre
o assunto.
A criança pode pedir tudo o que quer, mas mesmo os pais
tendo condições financeiras de atender sua solicitação recomenda-se que não a
façam de imediato, para que ela não acredite que se consegue as coisas de forma
fácil e rápida, visto que na vida adulta, nem sempre isso ocorre.
Dizer não ao filho é um gesto de amor, mesmo que o
frustre, pois é por meio da frustração que somos convidados a pensar. Portanto,
os pais não precisam atender os apelos da mídia para serem percebidos como bons
pais, podem mostrar que nem tudo que a mídia oferece tem que se comprar.
Explicar-lhes que essa é a função da mídia, criar a necessidade, o desejo para
que as pessoas consumam, mas que cabe a cada um analisar a real necessidade de comprar
ou não.
Ensinar aos filhos que o valor das pessoas não está no que
ela tem, mas sim no que ela é, portanto, não se faz necessário atender todas as
demandas da mídia, mas sim atender as demandas que fazem o indivíduo realmente
ser. Dessa forma, com certeza, os pais estarão cumprindo o seu papel e
construindo adultos mais humanos, mais capazes com condições de fazerem um
mundo melhor.
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