É
preocupante o número de jovens que vem fazendo uso de bebida alcoólica, no
entanto, o que mais chama atenção é permissividade dos pais, pois não creio que
não vejam quando os filhos chegam à casa, depois de uma festa, que estão
alcoolizados.
O
adolescente sempre vai tentar burlar as leis e regras impostas, pois é
característico dessa fase, mas os pais serem permissivos a isso é preocupante.
Afinal, onde está o amor incondicional pelo filho?
Sabe-se que
o uso de álcool pelos adolescentes não se reporta apenas a uma necessidade de autoafirmação,
mas também aos exemplos que tem em casa. Pais que ao chegarem do trabalho e precisam
fazer uso de alguma bebida de álcool para relaxar ou a mãe que para dormir tem
que tomar um comprimidinho que a faz ter um sono tranquilo. Com isso, os pais
vão passando aos filhos que existe uma fórmula mágica para resolver os
problemas do dia-a-dia, para desopilar, sem perceberem o exemplo e a mensagem que
estão dando aos filhos.
Como atendo
bastante adolescentes e circulo no meio deles, vejo que ao serem questionados
sobre o uso indevido que fazem de álcool, eles justificam que não existe uma
fiscalização que faça cumprir a lei. Vejo essa fala como algo muito
interessante, pois mostram o quanto estão querendo limites, mas não encontram.
Os pais não se importam se o filho está ingerindo álcool, alguns até contam isso,
na roda de amigos, como uma grande proeza do filho, outros dizem que permitem
que os filhos bebam em casa, pois assim sabem o que estão bebendo e o quanto
estão ingerindo de álcool. Essa fala, também, nos mostra que os jovens, que já não
tem esse limite em casa, buscam que as autoridades competentes os deem, mas não
encontram, enquanto isso se vangloriam de que são “os caras que tudo podem”. Isso porque não sabem ou não acreditam
que poderão se tornar um alcoolista, visto os neurônios não estarem
completamente desenvolvidos. Falta a membrana neuronal, que se forma por volta
dos vinte e cinco anos e que irá proteger o neurônio, dificultando a penetração
do álcool.
Penso que os
pais devem repensar o seu comportamento em relação aos filhos no que tange a
esse assunto. Depois que tiverem se tornado um dependente ou ocorrido uma
tragédia maior, aí só vai restar o sentimento de culpa, projetar para as
autoridades que não fiscalizaram e não fizeram cumprir a lei que proíbe a venda
de bebida alcoólica para menores, mas isso não mudará a essência do problema.
Cabe às
autoridades competentes fiscalizarem, mas cabe aos pais educarem, dar limites,
orientar, conversar, receber o filho quando chega da festa, a fim de verificar
como ele está, pois isso é uma das muitas formas existentes de mostrar o seu
amor pelo filho.
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