Outro dia estava pensando o quanto sofremos por sermos
tão exigentes. Muitas vezes exigimos de nós, coisas que não estamos preparados
para fazer e também exigimos dos outros, porque queremos que eles sejam aquilo
que gostaríamos que fossem. Não percebemos que isso só nos causa sofrimento,
porque acabamos sempre nos frustrando.
Aceitar-se é o grande segredo para ser feliz, somos
aquilo que somos e não temos que ter vergonha disso. Claro que podemos
melhorar, porque temos condições de rever aquilo que não gostamos na nossa
maneira de ser e procurarmos fazer diferente. Penso que todos sabem que isso
não se consegue de um dia para outro, é uma luta constante, porque precisamos estar
atentos a nossa maneira de funcionar, a fim de poder mudá-la, mas sem entrar em
nenhuma neura.
Percebo que as pessoas sofrem com suas relações porque
estão sempre querendo mudar o outro, seja esse, amigo, familiar, namorado (a)
ou parceiro(a) e dessa forma, acabam ao invés de aproveitar o momento gostoso
que poderia estar desfrutando do lado da pessoa, estão buscando coisas para se
desagradarem. Não existe um manual de como nos tornarmos um ser humano perfeito,
portanto, aceitar o outro como ele é, me parece ser o mais inteligente.
O humano tem que parar de querer ser onipotente e aceitar
que é cheio de falhas, mas que também tem um monte de virtudes. A partir do
momento que tomar consciência disso e não fazer dessas coisas um problema,
viverá muito melhor. Quantas pessoas sofrem por causa disso, não valorizam seus
pontos positivos e ficam presas apenas olhando para os aspectos negativos e
quando lhe é mostrado um ponto positivo, tem dificuldade de aceitar, porque não
acredita ser verdadeiro.
Depois, de muitos anos de terapia e análise confesso,
para vocês, que ainda estou aprendendo a não ser tão exigente, a não me cobrar
tanto, porque tenho um superego extremamente crítico e severo, mas aprendi a
reconhecer meus defeitos e as minhas virtudes e trabalhar com eles para me
tornar uma pessoa melhor. Com isso, vi que sou uma pessoa feliz de qualquer
jeito, mesmo tendo um monte de pontos falhos, pois esses me ensinaram a aceitar
a não criar expectativa em relação às pessoas, mas sim aceitá-las como elas são
e aproveitar o que elas têm de bom, sem ficar supervalorizando os seus pontos
fracos.
Acredito que se queremos ter uma relação saudável com as
pessoas, precisamos, talvez, rever como estamos agindo com elas e com a gente,
porque no momento que exigimos do outro algo, estamos correndo o risco de
sofrermos muito, porque ele não tem que atender as nossas idealizações.
Precisamos ser mais leves, menos rancorosos, levar as
coisas de forma mais ligth, porque a
nossa passagem por aqui é tão breve e mesmo assim, deixamos de aproveitar as
coisas boas da vida e das pessoas por ficarmos imaginando o que o outro pensa a
nosso respeito, desenvolvermos vários pensamentos disfuncionais e acreditarmos que
esses são verdadeiros, sem nos darmos conta que essa é uma bela forma que temos
de sofrer.
Deixo para vocês, hoje, o convite de pensarem sobre isso
e verem como está o seu nível de exigência em relação a você e aos outros. Se
estiver muito alto, repense sua vida e seja feliz, pois é para isso que você
está nesse mundo.
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