Frequentemente ouvimos as pessoas dizerem “tenho consciência do que sou”,
mas percebe-se, nessa fala, que compreendem a consciência como um modo
particular do conhecimento e não como uma dimensão transfenomenal do indivíduo,
ou seja, ela não se limita ao conhecimento voltado para si.
Para que tenhamos consciência de qualquer coisa, precisamos ter
consciência de nós mesmos, mas para isso, primeiramente teremos que ter
consciência de que temos consciência, caso contrário, não conseguiremos afirmar
a nossa existência.
Normalmente a consciência está voltada para o externo e a isso chamamos
de consciência imediata de perceber. Essa normalmente não se posiciona, não
julga, pois desconhece o que está na consciência da pessoa que ela habita.
Desconhece, também, a sua consciência perceptiva e por isso não se manifesta.
É a partir da consciência que as coisas passam a existir. Por exemplo, o
prazer não poderá existir antes da consciência. Assim, como uma cadeira não
existirá sem antes termos consciência do que é uma cadeira. Para isso,
precisaremos perceber a cadeira, sendo assim, podemos pensar, então, que a
consciência e a percepção caminham paralelas ou até mesmo juntas, sem esquecer
que não existem duas consciências ou percepções iguais.
Precisamos ter claro que a consciência surge no bojo do ser, criando e
dando sustentabilidade a sua essência, portanto, ela não surge do nada, mas sim
do ser.
Então, será que temos realmente consciência de nós ou pensamos que temos
essa consciência? Penso que ninguém se conhece cem por cento, pensamos que nos
conhecemos, mas a todo momento nos surpreendemos com nós mesmos, porque não
temos consciência absoluta de quem somos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário