Quem não conhece ou já não ouviu falar naquela pessoa que é capaz de se adaptar a
qualquer situação para levar alguma vantagem? Isso é algo que se tornou comum em
nossa sociedade, na vida profissional, nas relações pessoais e até mesmo nas afetivas.
Quantos casamentos ou relacionamentos existem só de fachada? Casais que compartilham
a mesma casa para não terem que dividir patrimônio, não consegue se olhar, mas
vendem a imagem do casal perfeito.
Encontramos pessoas com
habilidade de mudar a sua maneira de funcionar com muita facilidade,
adequando-a conforme a impressão que quer passar para os outros. Normalmente
sofrem de um vazio social e por isso, precisam se moldar para conseguirem pertencer
ao grupo que lhe desperta interesse, sem correr o risco de serem rejeitadas. Acreditam
que dessa forma conseguirão superar esse vazio, já que causam uma boa impressão
e se mostram populares.
Essas pessoas são os
famosos e conhecidos “camaleões sociais”, ou seja, a idéia que tem de si é bem
dissociada da imagem que procuram passar para os outros, a fim de que esses o
aceitem e o amem. Mostram-se, conforme parece que os outros querem que eles
sejam. Não conseguem manter relações estáveis, duradouras ou satisfatórias,
devido as suas dificuldades de alinharem a felicidade a si mesmo com
habilidades sociais que não lhe agridam, mas que lhe permitam agir com
autenticidade.
O camaleão social
verbaliza uma coisa, no entanto, age completamente diferente, não se importando
com a dissonância existente entre o que fala e o que faz, pois o que busca é a
aprovação social.
Não é incomum vê-los
fazer todo um discurso sobre um assunto polêmico, pregarem uma moral, que na
sua vida privada não tem valor nenhum. Na psicanálise essas pessoas são
chamadas de “personalidades condicionais”, devido mudar de persona facilmente à medida que captam sinais dos que a cercam. Estabelecem diálogos de forma especulativa, estão
atentos, vasculhando o outro na tentativa de encontrar algo que indique sua
expectativa, antes de exporem a sua maneira de pensar e agir.
É comum se fazerem de
amigos, mesmo quando não gostam da pessoa. São solícitos, educados, gentis, usam
do seu verniz social quando querem se enturmar, mas depois de terem seus
objetivos atingidos, mudam rapidamente o comportamento, sem ter a mínima
preocupação com as consequências sociais que virão.
Pessoas que funcionam
dessa maneira vivem um conflito intenso e sofrem com isso, mas ao mesmo tempo
em que referem querer mudar, não conseguem, porque não sabem identificar e
lidar com as suas aptidões sócias e muito menos com as emoções. Consideram-se
espertos, justificam sua maneira de funcionar alegando que todo mundo vive assim,
demonstrando o seu prejuízo e a sua falta de crítica.
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