Hoje é um dia histórico para Igreja Católica, pois há 600
anos um Papa não renunciava, no entanto, Bento XVI nos deixa um belo exemplo de
humildade e de coragem, quebrando um paradigma junto a uma Instituição como a
Igreja católica.
Apesar de a mídia vir especulando os motivos que levaram
Bento XVI renunciar, nunca saberemos o verdadeiro motivo, mas isso é o que
menos importa, pois serve apenas para sanar a nossa curiosidade. O importante
de tudo isso é o gesto que nos convida refletir.
Quando soube da renuncia fiquei pensando sobre a lição que
o Papa nos dava, pois quantas vezes fazemos coisas que não gostamos e não
queremos porque não temos a coragem de dizer um não, em virtude das críticas
que poderemos sofrer. Ficamos presos e preocupados com a opinião dos outros em
relação a nossa atitude, tememos decepcioná-los e perder a nossa credibilidade
junto a eles.
Não temos humildade para reconhecermos o nosso limite e
assumirmos que temos que parar, porque o nosso corpo nos pede isso, chegando
muitas vezes a nos sinalizar, mas o sentimento de onipotência não nos permite
compreender esses sinais. As questões egóicas prevalecem e fazem
com que continuemos, mesmo que tenhamos que pagar um preço alto por isso.
Quantas vezes nos colocamos em situações que nos sentimos
agredidos, violentados, mas mesmo assim permanecemos porque não temos coragem e
humildade de dizer não quero isso mais para mim. Às vezes nos sujeitamos por
questões financeiras e acabamos nos prostituindo sem percebemos que estamos
fazendo isso, afinal, fazer o que não gosta e não quer só por dinheiro, não
deixa de ser uma forma de se prostituir.
Falta-nos humildade para reconhecermos as nossas
limitações, os nossos sentimentos e respeitar a nossa vontade, pois acreditamos
que os outros poderão nos perceber como fracassados. Não nos damos conta que o
nosso fracasso começa quando nos sujeitamos a viver situações que nos fazem
mal, em função das outras pessoas e do dinheiro. Ficamos sempre presos aos outros, colocando-os na condição de mais importantes do que nós mesmos em nossas vidas.
Creio que Bento XVI nos deixa não só um exemplo e uma
lição de vida, mas um convite a refletir sobre a nossa vida e as nossas tomadas
de decisões. Quem sabe nos apropriemos desse convite, para quebrar alguns
paradigmas em nossas vidas e irmos ao encontro da felicidade que tanto almejamos.
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