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domingo, 9 de janeiro de 2011

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

       Existe um projeto que prevê para a partir de 2012 a inclusão da disciplina Educação Financeira nos currículos das escolas públicas. Esta disciplina abordará o orçamento doméstico, poupança, aposentadoria, seguros e financiamentos. Essa medida trata-se de uma das várias iniciativas pedagógicas voltadas às escolas e a adultos que visa erradicar o analfabetismo financeiro no país. Sabe-se que o brasileiro não é nada educado em termos financeiros, sendo alvo de comentário no exterior, pelo seu consumismo exagerado.

      A educação financeira é importante devido a sua complexibilidade e também pela diversificação de produtos financeiros que existem no mercado. As pessoas precisam entender que não é uma atitude inteligente gastar toda sua receita, ou pior, gastar além do que sua receita permite. Isso demonstra uma falta de maturidade, responsabilidade, imediatismo, entre outras coisas. O consumismo está relacionado não só as questões emocionais, afetivas, mas também pode ser explicado por meio do neuromarketing. O neuromarketing é uma ferramenta que permite por meio de exames de neuroimagem - ressonância magnética - rastrear o cérebro humano, explicando a lógica do consumismo.

      A expansão e a popularização do crédito abriu espaço para o endividamento, as pessoas acreditam que estão fazendo grandes negócios quando fazem uma compra e parcelam por vários meses, por não ter juro. Não sabem, ou esquecem, que aquela mercadoria está super faturada. O lojista não está para beneficiar o comprador, mas para ganhar dinheiro. Por isso, procure comprar á vista, pedir desconto ou parcele o menos possível.

      Penso que esta medida do governo brasileiro de incluir no currículo escolar a Educação Financeira, demonstra a preocupação que o governo tem com o endividamento das pessoas, que acaba por refletir na economia do país. Pesquisas apontam que 3 a 10% da população vive no isolamento financeiro, ou seja, não possui conta bancária. Em 2008, foi realizada uma pesquisa de âmbito nacional, que tinha como objetivo mensurar o grau de educação financeira do brasileiro. O resultado não foi de todo negativo. Houve aspectos positivos, como por exemplo, 69% das pessoas pesquisadas referiram fazer planilha para controlar os gastos da família e 66% referiram guardar os comprovantes das compras. Por outro lado, a pesquisa apontou aspectos preocupantes, como, três a cada dez disse pagar o valor mínimo do cartão de crédito quando  a situação aperta e 25% tem restrições cadastrais, o que confirma que o nível da educação financeira é muito baixo.

       Considero importante que a educação financeira inicie na infância, pois talvez assim consiga-se mudar a cultura do consumismo. Que as crianças aprendam a importância de economizar, de investir seu dinheiro e não gastar tudo, levando isso para sua vida adulta, desenvolvendo uma compreensão consciente no que tange à administração de seus recursos.

        Quando vejo as pessoas fazendo filas em frente as lojas nessa época de liquidação ou nas compras de final de ano, fico pensando qual a relação que estas pessoas estabelecem com o seu dinheiro. Tenho a impressão que elas vêem o dinheiro como seu inimigo e que logo tem que se livrar dele, mas ao mesmo tempo, estão sempre correndo atrás dele. Isso demonstra a ambivalência das pessoas no que se refere ao dinheiro. Cabe a cada um pensar porque dessa necessidade de consumir até quando não tem necessidade ou não tem condições.
     

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