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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A QUESTÃO DOS LIMITES

        Hoje, mais uma vez fui convidada a participar de um programa de televisão para falar sobre limites. E aí me dei conta, que as pessoas sempre que falam de limite, associam a criança e adolescente. Olha o peso que a criança e o adolescente tem que carregar. Por que não associamos ao adulto? Afinal ele é que deve ensinar limites para as crianças e adolescentes. No entanto, fazemos exatamente ao inverso, como se fosse a criança que tivesse que dizer para o adulto o que é limite.

          Quando falamos em limite, as pessoas logo nos vêem como repressores, por associarem erroneamente a uma conotação negativa. Porém, limite significa uma linha de marcação, uma fronteira que diz até aonde a pessoa pode ir. Só que nos últimos tempos, parece que isso ficou esquecido. Não por culpa das crianças, mas de seus progenitores, que a partir da década de 70 se tornaram totalmente permisivos, por acreditarem que tiveram uma infância/adolescência muito reprimida, passando a deixar seus filhos fazerem tudo o que não fizeram.

           Só que com isso, esqueceram ou não sabem que os pais são os primeiros modelos de identificação da criança e que são percebidos por elas, como verdadeiros heróis, ou seja, tudo o que dizem ou fazem, tem um peso muito grande. Portanto, se os pais não tem limite, não tem regras, não são um modelo de identificação positivo, como exigir das crianças e adolescentes que tenham limites. Parece-me algo um tanto cruel, mas  revela o funcionamento do adulto de hoje, que tudo projeta para os outros, isentando-se da sua responsabilidade.

            A terceirização da educação é algo bastante comum, pois os pais alegam não ter tempo para educar seus filhos. Afinal, precisam trabalhar muito, para dar um bom padrão de vida ao filho. Mas será que é isso que realmente o filho almeja? Para quem será o bom padrão devida, para os filhos ou para eles? 

            Infelizmente, as pessoas desconhecem que o limite tem um papel importante no desenvolvimento do pensar da criança/adolescente. Toda a vez que dizemos um não, geramos a frustração. A frustração leva a  pensar, os motivos que desencadearam o não. Dessa forma, os pais estarão ensinando a seus filhos tolerar a frustração e preparando-os para que lidem melhor com os problemas da vida adulta.  Dar limites não é bater, mas ensinar que os direitos de todas as pessoas são iguais, que o mundo não gira em torno de si, que existem outras pessoas no mundo, para que não se tornem adultos egocêntricos. É dizer sim quando for possível e não quando for necessário, é ensinar a diferenciar necessidade de desejo. É lembrar que a todo direito corresponde um dever.

              Dar limites é um ato de amor, de acolhimento, de compreensão. Sentimentos que precisão ser passados para os filhos, a fim de que consigam estabelecer relações saudáveis, não só com a família, mas com a sociedade.

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