Vivemos há muitos anos a cultura do ter, onde as pessoas
valem não mais pelo que são, mas pelo que tem e isso acaba as tornando mais
superficiais, mais endividadas, mais individualistas, cada vez mais vazias, etc.
O vazio em que vivem faz com que procurem no outro a sua identidade, pois
perderam o seu referencial e com isso, passam então, a viver a vida do outro
como se fosse a sua.
A necessidade de ter as coisas se dá a partir do que o
outro tem e não das suas reais necessidades e isso explica o alto índice de
endividamento da sociedade. É comum escutarmos as pessoas dizerem que compram
algo ou fazem alguma coisa porque todo mundo tem ou faz. Sempre que ouço isso,
questiono se o seu nome é “todo mundo” e ainda brinco, que eu tenho um nome e
sobrenome, o que me dá o direito de viver e fazer o que realmente tenho vontade.
As pessoas não percebem que ao agir dessa forma estão reproduzindo o efeito manada,
ou seja, como todo mundo tem ou faz, eu também tenho que ter ou fazer. Não
importa que a minha realidade ou desejo não seja o mesmo, o que importa é não
ficar “fora” do contexto geral.
Isso nos permite pensar que as pessoas não só buscam no
outro a sua identidade, mas também demonstra a necessidade de reproduzirem o
comportamento do grupo social, a fim de não se sentirem sós. Pautam a sua vida,
a partir do inconsciente coletivo e não do inconsciente pessoal e por isso, dessa
forma, acabam se tornando cada vez mais sós e mais vazias. Será que não está na
hora de tentar mudar essa situação,
permitindo encontrar dentro de nós, o nosso verdadeiro eu e reconstruirmos a
nossa vida a partir daí?
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