Falar sobre a crise na saúde já se tornou algo
corriqueiro, mas precisa-se pensar o motivo que está contribuindo para isso.
Culpar o governo é uma bela forma que as pessoas encontram de transferir a sua
responsabilidade para as instâncias governamentais, não que essas não tenham a
sua parcela de culpa. Afinal precisamos de profissionais bem remunerados, com capacitação,
com boas condições de trabalho para poderem dar uma assistência qualificada à
população, mas infelizmente essa não é a realidade.
Observa-se nos últimos tempos que as emergências dos
hospitais são procuradas, na maioria das vezes, para atenderem casos que podem ser
tratados nos consultórios médicos (para quem tem convênio) ou nos postos de
saúde (pacientes do SUS). Entretanto, as pessoas não querem usar o seu horário
de trabalho para ir ao médico (direito que qualquer pessoa tem), pois teme
desagradar o seu empregador. Com isso, as emergências têm que dar conta de
pessoas que estão com crise de amidalite, renite, resfriado ou gripe (doenças
características dessa época do ano), com problemas de coluna, entre tantas
outras coisas que não cabe enumerar aqui.
Falta a conscientização das pessoas que na saúde se
trabalha com a prevenção. Não se pode esperar a doença se instalar para depois
procurar ajuda. É fundamental que as pessoas façam um check-up anual, que ao perceberem algum sintoma procurem um
profissional que possa ajudá-lo, que não fiquem se automedicando, isso só
agrava o problema.
Escuto muito as pessoas dizerem que não vão ao médico
porque “quem procura acha”, isso só demonstra a falta de conhecimento e o
descuido que tem para consigo. Toda doença física ou mental diagnosticada no
início tem um melhor prognóstico, o que não pode deixar, é que ela cronifique.
Não cuidar da saúde, tanto física como mental, é uma das
muitas formas que as pessoas têm de se autodestruírem. Como a projeção é uma
das características das pessoas que têm esse funcionamento, pois não se julgam
responsáveis por nada que lhes acontece, esperam o quadro agravar, para irem
buscar ajuda nas emergências. Dessa forma, podem se vitimizar, visto não
receberem o tratamento que julgam serem merecedores, reclamam dos
profissionais, pois acham que não lhe dão a atenção adequada, por não
supervalorizam os seus sintomas, não reforçando os seus ganhos psicológicos que
estão por trás dessa situação. Sem falar daqueles que aproveitam a oportunidade
para chamarem a imprensa e aparecerem nos meios de comunicação, mostrando o
quanto a instituição governamental (que nesses casos tem a função de pais) os abandona,
colocando-os em situações de total vulnerabilidade.
Muitas das situações que vemos noticiadas na mídia sobre
o caos na saúde é de responsabilidade do governo, mas da população também. Reforço,
saúde é prevenção. Pessoas que tem estilo de vida saudável, que fazem atividade
física, que cuidam alimentação, que realizam um check-up, que não fazem uso e nem abuso de álcool e drogas, que tem
uma boa noite de sono, que não se estressam por qualquer coisa, que ocupam o
seu tempo com coisas que somem na sua vida, que tem uma crença religiosa,
dificilmente irão buscar ajuda em uma emergência de hospital.
Portanto, faça a sua parte, desenvolva o hábito de realizar
um check-up anual, quando o sintoma
aparecer procure o médico, não espere ele aumentar, crie hábitos saudáveis para
sua vida e converse com os seus amigos, conhecidos, vizinhos e colegas sobre
isso. Assim estará contribuindo para ajudar a diminuir o caos da saúde pública.
Se cada um fizer a sua parte, talvez tenhamos um sistema de saúde mais
saudável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário