Total de visualizações de página

domingo, 29 de julho de 2012

COMPARTILHANDO

       
            Fiquei quatro dias sem conseguir postar, porque estava fazendo o Curso de Introdução à Psicologia Econômica. É impossível fazer esse curso e não falar sobre ele, pois é contagiante, não só pelo assunto, mas também pela competência da colega que ministra, a Psicanalista Vera  Rita de Mello Ferreira, que escreveu sua tese de doutorado sobre esse tema.

            Já faz algum tempo que estou estudando esse assunto e fui motivada a isso, por ver o nível de sofrimento das pessoas que chegam até o meu consultório, às vezes com quadros graves de depressão ou ansiedade, alguns até com risco de suicídio e o motivo que trazem é o endividamento. Claro que essa é a causa consciente, o que precisamos compreender é a verdadeira razão do sofrimento, o que contribui para que as pessoas façam estragos, difíceis de serem consertados em suas vidas, quando o assunto é dinheiro. O que será que o inconsciente está escondendo, para que elas não percebam que não precisam gastar tanto para viverem bem? A Psicologia Econômica nos ajuda a pensar e entender porque o dinheiro, às vezes, é um problema para as pessoas, apesar de quererem tanto.

            Sabe-se que a maioria das pessoas gostaria de ter muito dinheiro, são frustradas por não tê-lo, no entanto, não conseguem fazer algo para que isso se concretize. Estão sempre arrumando justificativas para explicarem o fato de não conseguirem economizar e geralmente o motivo apresentado é algo externo. Projetar para o outro é mais fácil que ter que assumir que não sabe lidar bem com dinheiro, que sempre se atrapalha com suas finanças, que gasta mais do que ganha, que compra por impulsividade ou compulsividade, que busca obter prazer imediato, que não consegue lidar com a frustração, entre tantas outras coisas.

O objetivo das pessoas que estudam essa área é poder ir aos poucos conscientizando a população que a “educação financeira”, nos dias atuais, é fundamental na vida de qualquer pessoa. Sabe-se que o processo é lento, que existem vários apelos para que as pessoas gastem.

A iniciativa do governo de reduzir juros, zerar o IPI, apesar de não ser essa a ideia, serve de incentivo para que as pessoas consumam, pois elas acabam acreditando que ficou mais fácil de realizar o seu sonho da casa própria, do carro, dos produtos da linha branca, etc. Com isso, cada vez mais se endividam e se desesperam.

            Acredito que não podemos ficar de braços cruzados, vendo as pessoas cada vez se afundarem mais em dívidas, por não saberem que existem aspectos psicológicos importantes que contribuem para isso, sem nada fazer. Sou defensora da ideia de que não podemos apenas absorver conhecimento e não transmiti-lo, pois corremos o grande risco de virmos a sofrer de “obesidade mental”, precisamos passar a informação para as pessoas, usando as ferramentas que temos para trabalhar. Cada um pode, portanto, usar as suas, ajudando a construir uma sociedade mais saudável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário