Fiquei quatro dias sem
conseguir postar, porque estava fazendo o Curso de Introdução à Psicologia Econômica.
É impossível fazer esse curso e não falar sobre ele, pois é contagiante, não só
pelo assunto, mas também pela competência da colega que ministra, a Psicanalista
Vera Rita de Mello Ferreira, que escreveu sua tese de doutorado sobre esse tema.
Já faz algum tempo que estou estudando esse assunto e fui
motivada a isso, por ver o nível de sofrimento das pessoas que chegam até o meu
consultório, às vezes com quadros graves de depressão ou ansiedade, alguns até
com risco de suicídio e o motivo que trazem é o endividamento. Claro que essa é
a causa consciente, o que precisamos compreender é a verdadeira razão do
sofrimento, o que contribui para que as pessoas façam estragos, difíceis de
serem consertados em suas vidas, quando o assunto é dinheiro. O que será que o
inconsciente está escondendo, para que elas não percebam que não precisam
gastar tanto para viverem bem? A Psicologia Econômica nos ajuda a pensar e
entender porque o dinheiro, às vezes, é um problema para as pessoas, apesar de
quererem tanto.
Sabe-se que a maioria das pessoas gostaria de ter muito
dinheiro, são frustradas por não tê-lo, no entanto, não conseguem fazer algo
para que isso se concretize. Estão sempre arrumando justificativas para
explicarem o fato de não conseguirem economizar e geralmente o motivo
apresentado é algo externo. Projetar para o outro é mais fácil que ter que
assumir que não sabe lidar bem com dinheiro, que sempre se atrapalha com suas
finanças, que gasta mais do que ganha, que compra por impulsividade ou
compulsividade, que busca obter prazer imediato, que não consegue lidar com a
frustração, entre tantas outras coisas.
O objetivo das pessoas que estudam essa área é poder ir aos poucos
conscientizando a população que a “educação financeira”, nos dias atuais, é
fundamental na vida de qualquer pessoa. Sabe-se que o processo é lento, que
existem vários apelos para que as pessoas gastem.
A iniciativa do governo de reduzir juros, zerar o IPI, apesar de não ser
essa a ideia, serve de incentivo para que as pessoas consumam, pois elas acabam
acreditando que ficou mais fácil de realizar o seu sonho da casa própria, do
carro, dos produtos da linha branca, etc. Com isso, cada vez mais se endividam
e se desesperam.
Acredito que não podemos ficar de braços cruzados, vendo
as pessoas cada vez se afundarem mais em dívidas, por não saberem que existem
aspectos psicológicos importantes que contribuem para isso, sem nada fazer. Sou
defensora da ideia de que não podemos apenas absorver conhecimento e não transmiti-lo,
pois corremos o grande risco de virmos a sofrer de “obesidade mental”,
precisamos passar a informação para as pessoas, usando as ferramentas que temos
para trabalhar. Cada um pode, portanto, usar as suas, ajudando a construir uma
sociedade mais saudável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário