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segunda-feira, 23 de julho de 2012

NECESSIDADE DE FALAR

         


            Chama à atenção a necessidade que as pessoas têm de falar, independente do tempo em que conhecem alguém, tudo o que querem é falar. Outro dia, me dei conta, ao ir tomar café com uma amiga, que ficamos três horas juntas e se fiz três intervenções foi muito. Isso não é só comigo que acontece, mas vejo que o mesmo acontece com as outras pessoas. 

            Basta cumprimentarmos uma pessoa, às vezes até por uma questão de educação, que é o suficiente para ela começar a falar, o que demonstra a sua carência, sua ansiedade, a necessidade de desabafar, de ter alguém que a escute. Vejo no consultório, que alguns pacientes não querem nenhuma intervenção, só querem aquele espaço para falar. Claro, pois na medida em que falam, se escutam e vão se dando conta de algumas coisas, encontrando soluções para alguns assuntos que estão pendentes, obtêm insights preciosos ou apenas colocam para fora aquilo que está lhes sufocando.

            Só que esse tipo de comportamento não acontece só no consultório de terapeutas, mas no ônibus, na fila do supermercado, na lotação, no shopping, no salão de beleza, na fila do cinema e por aí vai. Mas o que aflige tanto as pessoas a ponto de falarem de suas vidas para quem nunca viu? Será que perderam a noção de privacidade? Por que as pessoas precisam colocar na internet, nas redes sociais, tudo o que fazem? As respostas podem ser as mais variáveis, dependendo da história de cada uma.


         Dar atenção as pessoas pode ser algo bom para elas e quem sabe até para quem escuta, pois ao escutar alguém, é dada a oportunidade de refletir sobre a sua própria vida, de aprender, de encontrar respostas para perguntas que não querem calar e pode ser até um convite para pensar sobre o comportamento e as atitudes que vem desenvolvendo. Como diz Monty Roberts: “o único verdadeiro presente que podemos dar aos outros é o tempo...”, e por que não presentear as pessoas doando um pouco do nosso tempo para escutá-las? Talvez o pouco de tempo disponibilizado, seja o suficiente para sentirem-se acolhidas,fazendo a diferença em suas vidas.



        

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