Chama à atenção a necessidade que as
pessoas têm de falar, independente do tempo em que conhecem alguém, tudo o que
querem é falar. Outro dia, me dei conta, ao ir tomar café com uma amiga, que ficamos
três horas juntas e se fiz três intervenções foi muito. Isso não é só comigo
que acontece, mas vejo que o mesmo acontece com as outras pessoas.
Basta cumprimentarmos uma pessoa, às vezes até por uma
questão de educação, que é o suficiente para ela começar a falar, o que
demonstra a sua carência, sua ansiedade, a necessidade de desabafar, de ter
alguém que a escute. Vejo no consultório, que alguns pacientes não querem
nenhuma intervenção, só querem aquele espaço para falar. Claro, pois na medida
em que falam, se escutam e vão se dando conta de algumas coisas, encontrando soluções
para alguns assuntos que estão pendentes, obtêm insights preciosos ou apenas colocam para fora aquilo que está lhes
sufocando.
Só que esse tipo de comportamento não acontece só no
consultório de terapeutas, mas no ônibus, na fila do supermercado, na lotação,
no shopping, no salão de beleza, na fila do cinema e por aí vai. Mas o que
aflige tanto as pessoas a ponto de falarem de suas vidas para quem nunca viu?
Será que perderam a noção de privacidade? Por que as pessoas precisam colocar
na internet, nas redes sociais, tudo o que fazem? As respostas podem ser as
mais variáveis, dependendo da história de cada uma.
Dar atenção as pessoas
pode ser algo bom para elas e quem sabe até para quem escuta, pois ao escutar
alguém, é dada a oportunidade de refletir sobre a sua própria vida, de aprender,
de encontrar respostas para perguntas que não querem calar e pode ser até um
convite para pensar sobre o comportamento e as atitudes que vem desenvolvendo. Como
diz Monty Roberts: “o único verdadeiro presente que podemos dar aos outros é o
tempo...”, e por que não presentear as pessoas doando um pouco do nosso tempo
para escutá-las? Talvez o pouco de tempo disponibilizado, seja o suficiente
para sentirem-se acolhidas,fazendo a diferença em suas vidas.
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