Mais um final de ano se
aproxima e as pesquisas continuam revelando as mesmas coisas, ou seja, que 60%
das pessoas usaram a primeira parcela do seu 13º salário para pagar contas.
Isso demonstra que as pessoas não conseguem, quando o assunto é dinheiro, mudar
os velhos hábitos. Isso provavelmente se dá em função do endividamento
financeiro estar atrelado ao endividamento afetivo.
O 13 º salário que deveria ser visto como uma gratificação,
uma oportunidade para as pessoas poderem gozar um período de férias, sem
prejudicar o orçamento financeiro, acaba tendo um destino totalmente diferente.
Por que será que as pessoas não conseguem se permitir serem gratificados pelo
trabalho que desenvolveram o ano todo?
O pior é que a segunda parcela desse salário é usada para
comprar presentes, fazer novas dívidas no cartão de crédito ou no crediário, no
banco ou financeiras, para poder remar mais um ano com as dívidas. Esquecem que
essa parcela deveria ser gasta com parcimônia, pois logo no início do ano terá
o IPVA do seu carro para pagar, o IPTU e para quem tem filhos no colégio, tem a
matrícula e o material escolar. Só que todo o ano se vê as mesmas coisas, as
pessoas fazendo um monte de cálculos para ver como vão pagar essas contas que se
esqueceram de colocar no seu orçamento.
Segundo o Dieese, o 13º salário vai injetar R$ 8,2
bilhões na economia gaúcha, o que representa 2, 8% do PIB no total do RS. A
economia precisa ser aquecida, mas as pessoas precisam ter consciência dos seus
gastos. Gastar não é proibido, o proibido deveria ser o super endividamento.
O super endividamento demonstra a dificuldade das pessoas
em lidar com suas emoções, procurando obter satisfação imediata, a fim de
contemplar o princípio do prazer. Por funcionarem dessa maneira, acabam “pagando
um preço” muito alto no que se refere às questões emocionais e psíquicas.
Usem o 13º salário, mas de forma inteligente. Pague as
dívidas, reserve parte para pagar as contas clássicas do início do ano, aplique
10% do valor total desse salário e o que sobrar gaste no que quiser. A educação
financeira exige sacrifícios inicialmente.
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