Outro dia recebi um email, cujo
conteúdo é interessante, pois se refere a uma pesquisa que aponta o perfil do
que mais irrita as pessoas ao celular e na internet. Vejamos quais os
resultados obtidos na mesma.
Pesquisa traça perfil do que mais irrita ao celular e na internet
Mariana Della Barba - Da BBC Brasil em São Paulo
Atualizado em 9 de outubro, 2012 - 07:06 (Brasília)
10:06 GMT
Enviar
mensagem na companhia de outras pessoas está entre manias mais irritantes
Pense
em alguém cujo toque do celular é alto e que, ao atender, fala sempre aos berros.
Alguém que vive enviando mensagens na companhia de outras pessoas, enquanto
dirige e que usa as redes sociais para postar ofensas e reclamar o tempo todo.
Essa pessoa reúne o que há de mais irritante entre os hábitos do
brasileiro na hora de falar ao celular ou usar a internet, segundo a pesquisa
"Etiqueta Móvel", feita pela empresa de tecnologia Intel, que
descobriu que 95% dos brasileiros gostariam que as pessoas tivessem mais
educação ao usar o celular e 86% acham que os outros divulgam informação demais
online.
No topo da lista de manias irritantes ao celular, estão deixar o volume
do aparelho muito alto, falar aos berros e enviar mensagem enquanto dirige ou
na companhia de outras pessoas.
Para o consultor Gustavo Pereira, o tempo que passava checando seu
celular afetava sua vida
Monitorar e-mails e mensagens pelo celular na hora do almoço era
justamente o "vício" de Gustavo Pereira, de 30 anos, consultor de
redes sociais.
"De tanto fazer isso, o pessoal da agência em que eu trabalhava
criou o termo ’gustavar’. Se alguém pegava o celular à mesa, eles já falavam:
Olha, você está gustavando", conta, acrescentando que não apenas seus
colegas, mas outras pessoas se irritavam com sua mania. "Afetava muito a
minha vida."
Mas morando em Estocolmo há dois meses, onde estuda estratégias de dados
digitais, Gustavo diz que está se "curando". Ele conta que, apesar
dos preços inferiores nos aparelhos e nos planos de celular, os suecos não
ficam tão grudados a seus smartphones.
"Publico pouco em redes sociais. E estou usando só mensagem e
WhatsAppp (plataforma de mensagens instantâneas para smartphones)", diz.
"Também desabilitei a maioria das notificações (de pessoas que curtem seus
posts no Facebook, por exemplo), assim fica mais fácil de me controlar."
Assuntos pessoais
Além das mensagens desenfreadas, a questão da privacidade também
apareceu nas reclamações sobre celular na pesquisa: falar sobre assuntos
pessoais e assistir a conteúdos impróprios em público estão no topo da lista.
"Chamou-me a atenção o alto número de brasileiros reclamando do
jeito que se fala no celular aqui", afirma a professora da PUC-SP Pollyana
Ferrari, consultora em internet e mídias sociais.
Manias irritantes ao celular
- 62% volume do toque muito alto
- 59% falar aos berros
- 53% digitar mensagem enquanto dirige
- 50% falar sobre assuntos privados em público
- 49% falar enquanto dirige
- 49% assistir a conteúdo impróprio, como pornografia, em ambientes
públicos
- 47% enviar mensagem enquanto se está na companhia de outras pessoas
- 27% digitar mensagem enquanto anda
"Mas esse maior acesso aos celulares também traz um período de
adaptação e acho que estamos vivendo ele agora", diz Pollyana. "Um
novo usuário fica apaixonado pela plataforma e usa a toda hora. Depois, ele vai
percebendo como funciona e passa, por exemplo, a postar menos informações e
fotos. E até param de cometer gafes do tipo colocar o celular no viva-voz sem
querer."
Detalhes mundanos
Segundo a pesquisa, na hora de entrar no Facebook, no Twitter e em
outras mídias sociais, o tipo de usuário que mais incomoda é o que publica
ofensas, fotos obscenas e que só fica reclamando.
Outro perfil considerado irritante é o de quem adora se gabar ou que
escreve sem se preocupar com o português correto. Pessoas que passam o dia
postando informações pessoais ou detalhes banais de seu cotidiano também
provocam mau humor internet afora.
O que mais irrita na hora de compartilhar online
- 64% - fotos obscenas
- 64% - ofensas
- 54% - reclamação constante
- 49% - informações pessoais
- 44% - detalhes mundanos
- 42% - erros de gramática ou de digitação
- 35% - ficar se gabando
A pesquisa mostrou que cerca de metade dos brasileiros com acesso à
internet compartilha informações online diariamente, principalmente fotos –
conteúdo compartilhado por 78% dos adolescentes (13 e 17 anos).
"O fato de gostar de dividir sua vida privada não me surpreendeu. O
brasileiro é apaixonado por redes sociais, adora essa coisa de exposição",
diz Pollyana. Para ela, desde a época em que chats eram populares, o brasileiro
já se abria mais online, se sentia protegido pela tela.
Essa proteção invisível aparece ainda em outros dados da pesquisa, como
o fato de 44% dos adultos admitirem que se sentem mais confortáveis
compartilhando detalhes de sua vida pessoal online do que pessoalmente.
Ela também parece incentivar os mentirosos: 33% dos adultos ouvidos
admitira ter uma personalidade online diferente da personalidade da vida real,
enquanto 23% admitiram ter compartilhado informações pessoais falsas. Os homens
são um pouco mais mentirosos do que as mulheres – 26% contra 21%.
Falar ao celular enquanto se dirige também está no topo da lista
Para Cássio Tietê, diretor de marketing da Intel, o alto grau de
compartilhamento online dos brasileiros abre uma importante discussão sobre
como se usam as redes sociais no país. "É preciso debater, por exemplo, os
riscos da superexposição no Facebook", diz. "Mas o limite do que
compartilhar e do que não compartilhar quem dá é a própria sociedade."
A pesquisa mostra ainda facetas, digamos, curiosas dos hábitos online
dos brasileiros.
Questionados sobre de onde e quando costumam postar, a maioria citou
situações esperadas, como férias. No entanto, muitos confessaram que
compartilham informações quando estão em hospitais, banheiros, igreja,
encontros românticos e até funerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário