Será que são os outros que nos decepcionam? Claro que
não, na realidade, a decepção que sofremos é com a gente mesmo, mas projetamos
para o outro, porque é difícil lidar com a frustração de que não conhecíamos a
pessoa com quem nos relacionamos, seja, marido, mulher, amigos, colegas, chefes.
É difícil assumir que a nossa onipotência não permitiu que víssemos que o outro
não era aquilo que idealizávamos.
Vejo as pessoas dizerem, quando se referem a alguém, que
o conhece muito bem e fico questionando, será que realmente é possível conhecer
o outro? Costumo dizer que mesmo que passemos vinte quatro horas do lado de
alguém, os trezentos e sessenta e cinco dias do ano, não o conheceremos, por isso,
nos surpreendemos, nos decepcionamos com as pessoas. Queremos que elas sejam
aquilo que resolvemos, no nosso imaginário, que elas devem ser só que o outro
não tem que atender a nossa expectativa. O seu único compromisso é apenas ser o
que ele é.
Conhecemos a pessoa pelo que ela nos fala, mas quem
garante que não existe uma dissociação entre a fala, o pensamento e o
comportamento? Partimos do princípio, que aquilo que ela nos fala, é o que
pensa e sente, mas nem sempre isso é verdadeiro. Portanto, não devemos ficar
deduzindo a respeito da vida do outro. Devemos estar atento ao que ele diz, o
que se mostra ser, de forma bem concreta, assim não correremos o risco de
construirmos a imagem de um herói em cima de um morro de areia.
doi demais quando voce esquece que a pessoa parecia gente ;mas é um monstrengo disfarçada de gente
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