A solidão é algo que
assusta a maioria das pessoas, a ponto de levá-las a desenvolver um sofrimento
intenso. Isso na realidade ocorre, porque não se conhecem. A partir do momento
que a pessoa entender que a solidão é a oportunidade que tem de enfrentar-se,
de crescer frente a si mesmo, de ficar nu diante de si, de estar pronto para
fazer sua própria caminhada, a fim de se tornar mais forte, mais verdadeiro,
perderá o medo da solidão.
Aprender a conviver consigo não é uma tarefa fácil,
principalmente nos dias de hoje, onde as pessoas procuram manter-se o mais
ocupado possíveis, para não terem tempo de pensar na sua vida, no seu eu. Fazendo
um parêntese, outro dia, uma pessoa me perguntou como eu arranjava tempo para
ir três vezes por semana ao analista. Quando se tem o desejo de se conhecer
melhor e buscar uma melhor forma para se viver, arranja-se tempo, não só para
ir ao analista, mas para fazer coisas que lhe dão prazer.
Se conhecer é a forma que a pessoa tem de cuidar de si, saindo
do senso comum, não ficando vazia, pelo contrário, enriquecendo o seu interior
com o que tem de melhor do seu verdadeiro eu, mas para isso, precisará ter a
solidão como sua aliada. Conhecer-se exige do indivíduo disciplina.
Claro que ninguém vai ficar o tempo todo só, até porque
não nascemos para vivermos sós, mas viver momentos de solidão para nos
conhecermos e valorizarmos a presença do outro em nossa vida é importante.
A partir do momento que uma pessoa se dispõe a conviver
com a solidão para poder se enxergar, saber realmente quem é e aprender a lidar
com essa pessoa que aos poucos irá descobrir, obterá como resultado um “eu
feliz” que conseguirá participar da dança da vida, juntamente com tantos outros
“eus”, sem se deixar ser cindido, sem precisar se esconder no meio da multidão.
Esconder-se no meio da multidão é um sinal de covardia, de falta de
autenticidade, de resistência e porque não dizer, de fraqueza.
Não é necessário ter medo da solidão, basta sabermos
conviver com ela, aproveitando esses momentos para livrar-nos de tudo aquilo
que nos impede de crescer enquanto pessoa, sem ter medo de ser autêntico, de
expressar o que sente, procurando exercitar o desapego de si mesmo, a fim de
encontrar a verdadeira independência. Posso garantir-lhes que essa não é uma
tarefa fácil e não é para qualquer um, ousaria dizer, que é algo apenas a ser
conquistado pelos fortes, pois a caminhada é árdua.
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