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domingo, 27 de janeiro de 2013

A DOR DA PERDA

      
           É difícil querer explicar ou mensurar a dor da perda e também de evitá-la. Todos nós em, algum momento, de uma forma ou de outra, teremos que passar por isso. Não se trata apenas de uma fatalidade do destino, mas faz parte da vida. Até mesmo, frente uma catástrofe como essa que ocorreu na cidade de Santa Maria (RS), nessa madrugada, quando jovens saem para se divertir e a boate em que estão é incendiada, morrendo 231 jovens e deixando em torno de 140 em estado da grave nos hospitais.

            Ter que conviver com a morte de pessoas que amamos gera um sentimento de perda irreparável, que nos deixa um indecifrável vazio, que ninguém e nada consegue preenche-lo, mas que o tempo se encarrega de amenizá-lo, apesar de deixar marcas profundas.

            A dor da perda não tem som, não tem voz, de forma muito silenciosa e rápida ela vai se instalando no coração daquele que a vive, deixando a vida sem cor, sem brilho, fazendo com que tenha movimentos robotizados que o leva de um lado para outro, desnorteado, confuso, que o faz perder, até mesmo, o seu próprio referencial.

            Cada pessoa tem a sua forma de viver essa dor, não existindo uma maneira padrão e nem um tempo determinado para vivê-la. Trata-se de uma experiência pessoal e única. Toda a perda é única, por sermos seres unos, portanto, os vínculos estabelecidos também são únicos e por isso, não podemos dizer que a pior dor é a de perder o pai, o marido, o irmão, o filho, o amigo, tudo vai depender da relação estabelecida com cada pessoa.

            Nessas horas, a única coisa que pode nos ajudar a entender esse processo confuso em que entramos, é a fé, mesmo assim, nesses momentos, muitas pessoas têm a sua fé abalada e questionam por que Deus permitiu que isso lhes acontecesse ou por que Ele fez isso. Sentem-se abandonadas, traídas por Ele, se revoltam e até mesmo se afastam da sua religião, porque desconhecem que Deus sofre com o sofrimento humano. Ele não quer que seus filhos vivam a dor de uma tragédia como essa que muitas famílias estão vivendo aqui no RS. Ele se faz presente na vida de todos, até mesmo na daqueles que não O reconhecem. Dá total liberdade e autonomia a todos nós, permitindo que façamos as escolhas que quisermos, mas se faz presente com dignidade, coragem e esperança a toda a pessoa humana, mostrando-Se solidário.

            Sofrer a perda, chorar, viver o luto é necessário para todos nós, a fim de poder elaborá-lo, quando perdemos alguém que amamos, principalmente, quando ela ocorre de uma forma abrupta. Só não podemos, nessa hora, é nos distanciarmos de Deus, porque Ele é o nosso sustentáculo para continuarmos a caminhada, apesar da dor. Que Deus dê força e coragem para todas essas famílias que tiveram a vida de filhos, sobrinhos, irmãos, netos, amigos interrompida tragicamente, para que possam seguir a sua caminhada, apesar das marcas que carregarão até a sua finitude.

           

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