A dificuldade de tomar
decisões pode ter sua origem no medo, pois esse interfere no processo decisório
em suas diversas matizes, levando-nos, muitas vezes, a ter dificuldade de
resolver o imbróglio em que estamos envolvidos, porque “congelamos”.
Por muito tempo a origem do medo esteve associada apenas
as questões de ansiedade, mas hoje se sabe que as causas são multifatoriais,
pois a neurociência cognitiva mostra-nos que frente ao medo é acionado em nosso
cérebro, no sistema límbico, a ínsula, que tem como uma de suas funções
coordenar as nossas emoções. Essa quando acionada, provoca a liberação de
dopamina que leva-nos a paralisar, fazendo com que procrastinemos na hora de
tomar uma decisão.
O outro ponto que contribuem para o medo, são as crenças
que temos armazenadas em nosso inconsciente. As crenças se formam a partir de
informações que nos são passada desde o início de nossa vida e que não são
questionadas, tomando-as como verdades absolutas. Essa falta de questionamento
contribui para que nos tornemos inseguros, porque passamos uma vida escutando
determinada coisa e agora nos defrontamos com outra. Nesses casos, surgem
questionamentos como: qual a melhor decisão a ser tomada? Como vou saber o que
é melhor? Quais os prejuízos que posso ter se tomar a decisão errada? Como
saber qual a melhor decisão? O que faço agora?
A dificuldade de tomar decisão pode levar-nos a uma
situação de fracasso em nossa vida profissional, pessoal e até mesmo afetiva,
porque as coisas acontecem de forma muito rápida. Perdemos muito tempo criando
e fantasiando barreiras intransponíveis, para justificarmos a nossa indecisão, fazendo com que deixemos passar, muitas vezes,
excelentes oportunidades. A
partir do momento que damos um basta nessa maneira de agir e mudamos a forma de
vermos a situação, conseguimos mudar e tomar a decisão necessária.
Dificilmente teremos a certeza de que estamos tomando a
melhor decisão, porque somos seres
contraditórios, ambíguos, fazendo com que ora queremos uma coisa ora outra, o
que nos leva a não seguir uma linha cartesiana.
As nossas decisões estão atreladas as nossas intenções, aos nossos desejos
e crenças que nos permite ver aquilo que desejamos ver. Daí a importância de
sabermos identificar os nossos sentimentos, as nossas emoções para podermos
agir sobre eles, pois todo processo decisório tem sua origem no nosso modelo
emocional.
Portanto, se conhecer, conhecer os mecanismos que acontecem em nosso
cérebro, saber identificar os sentimentos, as vontades, os desejos ainda é a
única maneira que temos de vencer o medo e de procurarmos tomar a melhor
decisão possível frente às situações. Agora, é importante não esquecer que não
tomar decisão também já é uma decisão e que deve ser respeitada, mesmo que
achemos que não é a melhor saída.
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