Faz um tempo que estou observando o quanto às pessoas
estão se colocando na condição de vítima, desenvolvendo um sentimento
persecutório, acreditando que as pessoas e até mesmo o universo estão
conspirando contra elas. Funcionam direto pela projeção, pois ás vezes tem o
senso crítico prejudicado, outras vezes, a projeção ocorre em função da
dificuldade que a pessoa tem em assumir a responsabilidade de seus atos.
Provavelmente, porque na infância, quando fazia algo errado era severamente
corrigida.
Demonstram ter um desvio cognitivo em relação não só às
pessoas, mas ao mundo também. Verifica-se que os pensamentos são disfuncionais
e não conseguem mudar, pois sempre estão acreditando que o pior irá lhes
acontecer.
Claro que essa maneira de funcionar está atrelada as
informações que carregam em seus inconscientes, somadas ao meio em que estão
inseridas e ao momento que estão vivendo. A vitimização pode ser um traço de
personalidade do indivíduo, pois lá no início de sua vida, aprendeu que se
assumisse a condição de coitado, de vítima, as pessoas lhe davam atenção, atendiam
a sua demanda e hoje, na vida adulta, desenvolve o mesmo comportamento.
Normalmente, as pessoas que funcionam dessa forma, têm um ganho secundário, não
se dão conta, por ser algo que está em nível de inconsciente.
Toda a situação se torna um problema para elas e
o pior é que sofrem com isso. O sofrimento não pode ser desconsiderado, na
maioria das vezes, o indivíduo não percebe que se coloca nessa condição, por
ser algo que está tão entranhado ao ego, que inibe a sua capacidade de percepção.
Para sair dessa situação, faz-se necessário primeiramente
reconhecer a maneira que funciona. A seguir, identificar os pensamentos disfuncionais
que tem e questioná-los, para averiguar se realmente são verdadeiros ou não. A
partir do momento que percebem que não são verdadeiros, não tem porque ficar
preso a eles e sofrendo por isso.
Outro ponto a ser identificado são os ganhos secundários,
observando o que acontece quando se faz de vítima. Como as pessoas reagem se
ficam sensibilizadas e acabam dando-lhe a atenção que necessita ou
ofertando-lhe o que deseja. Importante, nesse caso, prestar atenção aos
sentimentos que surgem frente à reação das pessoas.
Agora, o ponto principal é verificar se a pessoa que
assume a condição de vítima deseja mudar, pois caso contrário, todo o esforço é
em vão. Quando os ganhos secundários são grandes, geralmente não aceita que
desenvolve esse papel, não havendo o reconhecimento, nada pode ser feito. Aí,
só resta aprender a conviver com o indivíduo, sem ficar estressado e evitando
reforçar o seu comportamento, ou seja, não se deixando sensibilizar pela sua
maneira de funcionar.
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