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sábado, 26 de janeiro de 2013

FAZER O QUE TODO MUNDO FAZ

      
            A necessidade de se sentir pertencendo a um grupo leva as pessoas a fazerem o que os outros fazem, perdendo muitas vezes a sua autenticidade, violentando-se, porque na realidade não é o que gostariam de fazer. Também acreditam que inseridos em um grupo, estarão livres da tão temida solidão, esquecem que essa pode estar presente mesmo quando no meio da multidão.

            Podemos pertencer a um grande grupo, sem nos deixarmos ser influenciados por ele, mantendo a nossa disciplina, a nossa singularidade e não nos permitindo ser sufocados, ensurdecidos pelas falas e desejos alheios. Para tanto, faz-se necessário estarmos atentos aos sinais que o nosso corpo dá nesses momentos, pois a multidão tem o dom de sugar nossas energias, porque nos defrontamos com pessoas ocas, vazias que buscam suprir suas necessidades por meio do outro.

            Na onda de fazer o que todo mundo faz, as pessoas perdem o seu referencial, não levam em consideração o seu pensar, os seus desejos,  deixando-se levar pelo inconsciente coletivo. Isso é o que mais temos visto nos dias de hoje, as pessoas preocupadas com que os outros pensam a seu respeito, com o que os outros têm, com a visão que o outro tem de si e por isso, precisam fazer o que os outros consideram importante, mesmo que vá à contramão de sua ideologia.

            Não percebem que a ânsia de identificar-se com um grupo, se dá pelo medo de ter que se enfrentar. Preferem se esconder na multidão e se deixar levar por ela, sem questionar se é um ato de covardia, de fraqueza ou não. Desconhecem quais são as suas reais necessidades, a fim de poder comunicá-las.

            Estar inserido na sociedade é necessário para o humano, afinal é um ser sociável, mas não podemos abrir mão de trilharmos o nosso caminho a sós, sabermos identificar o momento de escaparmos da multidão para contatar com a nossa própria solidão, a fim de nos fortalecermos, de nos tornarmos mais autênticos, mais seguros e retornarmos para  ela sem precisarmos nos desrespeitar, tendo que fazer o que os outros fazem para não nos sentirmos diferentes. Somos seres impares, com vontade e desejos próprios, portanto, não temos que ficar presos aos conceitos e desejos de um grande grupo.

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