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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

COMENTANDO A CRÔNICA DO ARNALDO JABOUR

           
             Essa crônica está tão completa e de tão fácil entendimento, que comentá-la até seria desnecessário, mas ela nos convida a pensar, então, vamos lá. Optei postá-la, pela sua riqueza de conteúdo, pela forma simples e clara que Jabour retrata a nossa realidade.
            Realmente, essa falta de amor, de tolerância, de paciência que se instalou nas relações humanas é algo  assustador. Outro dia, escutava um pai me falar tantas coisas horríveis, ao se reportar a filha, que fui obrigada a dizer-lhe o quanto estava assustada e me sentindo agredida com aquelas colocações. Essa situação me fez pensar, pois se o pai, que teoricamente, tem um amor incondicional pelos filhos, age dessa maneira em relação à filha, como serão as relações  estabelecidas com as demais pessoas? Como queremos esperar que um jovem mostre-se afetivo, se em casa é vítima de maus tratos?
Por vezes, percebo que as pessoas têm vontade de expressarem os seus sentimentos, mas tem vergonha, porque temem não serem bem interpretadas ou serem rechaçadas. Usam a palavra amor para se reportarem a sexo, esquecendo ou desconhecendo que o significado da mesma é muito mais amplo e profundo. O sexo deveria ser uma consequência do sentimento de amor, desenvolvido entre um homem e uma mulher, no entanto, não é isso que vemos.
            As relações pessoais estão efêmeras, as pessoas optam por não se envolverem com alguém, com medo de vir a sofrer ou se decepcionar. A decepção é o resultado da idealização feita em relação ao outro e por isso, ela é nossa e não do outro, pois projetamos para ele o personagem criado em nosso imaginário. O outro  tem que ser apenas ele e nada mais,  compreender isso parece ser tão difícil quando as pessoas vivem uma relação. Se revissem a sua maneira de amar, de querer e aceitar o seu parceiro, provavelmente não se teria tantas separações. Hoje, na primeira contrariedade, optam pela separação, porque ninguém quer tolerar mais nada, o egoísmo está imperando no ser humano.
            Na noite, encontramos pessoas bonitas, elegantes, mostrando-se alegres, animadas, na tentativa de esconder a dor da angústia que carregam no peito, por não conseguirem lidar com a solidão. Não se importam de ficar com várias pessoas, desde que não fiquem sozinhas e com isso, colocam-se em situações de risco. O índice de HPV nas mulheres vem crescendo de forma preocupante, demonstrando que elas não estão fazendo uso da camisinha na relação sexual, ou seja, tudo é permitido, para não ficar só.  Acreditam que dessa forma serão felizes, porém não conseguem definir o que é felicidade, quando lhes é questionado. Aí, fico pensando, como ser feliz, quando não se tem o conceito de felicidade? Isso é possível ? Provavelmente, não.
 
          Talvez a felicidade se dê a partir do momento que a pessoa se aceite,  exponha seus sentimentos e pensamentos, aja de forma autêntica, se respeite e respeite o outro, aceitando-o da forma como ele é. Assim, as relações interpessoais ficam bem mais fáceis, talvez mais sólidas e com grande chance de perdurarem.

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