Total de visualizações de página

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PENSANDO O DESAFETO

             
         Nas últimas semanas tenho ficado mais aliviada por ver que não sou só eu que estou preocupada e incomodada com o desafeto que toma conta de um número expressivo de pessoas em nossa sociedade e com o individualismo do ser humano. Cada vez que alguém fala sobre isso, sinto uma sensação de alívio e até mesmo de alegria, pois é sinal que já estão ficando incomodadas com essa forma de funcionar das pessoas. Isso é um bom sinal, pois mostra que além de perceberem, já estão pensando sobre isso, portanto, existe a possibilidade de haver uma mudança. De algum movimento se formar a fim de resgatar o lado mais humano das pessoas e termos uma sociedade melhor.

É impressionante a forma egoísta que as pessoas escolheram para viver. Estão cada vez mais individualistas, preocupadas consigo mesmas, olham só para si, acreditam que o universo tem que conspirar apenas a seu favor, que vieram ao mundo para serem servidas, chegando a verbalizarem que cada um tem que viver  no seu quadrado, ou seja, não me interesso pelo outro, a não ser que ele me sirva para alguma coisa. Penso que essa maneira de viver é uma forma de se proteger, mas do que? O que as assusta tanto, que não querem conviver com os outros a não ser de forma virtual? Por que tanto medo de se exporem e de deixar o outro lhes conhecer?

Essa maneira de pensar e de funcionar do ser humano me assusta, pois denota a sua desumanização e a pobreza de sua alma. Acredito que devemos caminhar em busca não do individualismo, mas sim da nossa individuação, que são coisas distintas.

Individualismo é egocentrismo, personalismo, egoísmo, ao passo que individuação é o processo que Jung chamava de autoconhecimento, de maturidade, de poder entrar em contato com o seu inconsciente pessoal, de se ter como uma boa companhia, de saber conviver com os outros, sem ficar preso ao inconsciente coletivo. A individuação nos permite viver bem quando estamos sós, mas também quando estamos com os outros, pois sabemos separar o que é de cada um, sem ter que se isolar das pessoas, como forma de se defender.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário