Hoje pela manhã, na
minha primeira atividade matinal de domingo, escutei essa pérola e fiquei
pensando, será que estou escutando bem ou é coisa da minha cabeça? Será que a
solidariedade nos é imposta nesse período de Natal? Se a solidariedade se dá
porque é Natal e temos que fazer bonito para os outros verem o quanto somos bons
ou para aliviar a nossa culpa, será que podemos chamar isso de solidariedade?
Penso que a solidariedade tem que ser uma constante em
nossa vida e não em ocasiões especiais. Eu não posso ajudar o outro ou me ligar
a alguém só porque é Natal, eu preciso ter essa consciência durante o ano todo,
até porque ela se fundamenta na unidade e na igualdade da nossa criação,
enquanto seres humanos.
O nosso olhar para os menos favorecidos ou para as
pessoas que sofrem deve fazer parte do nosso dia-a-dia e deve ser entendido como a oportunidade que temos de crescer enquanto pessoa.
Ser solidário é estar com os ouvidos abertos para escutar
o que as pessoas têm a dizer, mesmo que não compartilhemos da sua maneira de
pensar, é acolher o peregrino, é estar aberto para os outros, é parceria de
pensamento e atitude, é união, é compaixão. Será que esses sentimentos têm uma
época precisa para brotarem dentro de nós? Creio que não e quero crer que a
pessoa que hoje pela manhã disse que temos que ser solidários porque é Natal,
também não acredite nisso. Espero que tenha feito esse comentário, devido a sua
ânsia de falar e geralmente quando isso acontece, a pessoa não presta atenção
no que está dizendo, pois não pensa antes de dizer e acaba por falar coisas que
depõe contra si.
Desenvolver o sentimento de solidariedade não é uma
tarefa simples, mas devemos encará-la como um dos nossos desafios diários,
procurando trabalhar esse sentimento dentro de nós, vigiando nossas atitudes em
relação ao outro ou ao que nos rodeia. Porque
talvez essa seja a maneira que encontremos para romper essa espiral de egoísmo,
de desleixo, de individualismo, de indiferença que tomou conta do mundo
moderno, provavelmente em função do capitalismo, dos avanços científicos e
tecnológicos, que são importantes, mas que cada vez mais afastam as pessoas da
sua essência.
Resgatar o sentimento de solidariedade é resgatar o nosso
lado humano que está ficando esquecido e que precisa ser retomado, se buscamos, realmente,
um mundo melhor.
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