Recebi um email ontem, exatamente com essa pergunta e pedindo que
comentasse alguma coisa no blog. Então vamos lá!
O humano tem horror de falar dos seus erros e fracassos e
quando isso lhe é perguntado trata logo de justificar. Obviamente que nessa
justificativa busca um culpado, pois lhe é difícil assumir que falhou.
Assumir seus erros, suas falhas mexe com a sua ferida
narcísica e isso é muito dolorido. Portanto, projetar para o outro a
responsabilidade do que não deu certo em sua vida, não só torna-se mais fácil
como menos dolorido. Isso nos dias de hoje é algo normal em nossa sociedade, as
pessoas se isentam de sua responsabilidade e acreditam que o outro é
responsável por tudo o que acontece em sua vida.
Percebo isso como preocupante, pois esse funcionamento
independe do nível social e cultural em que a pessoa está inserida. Alguns buscam
explicações mágicas ou místicas para justificar os infortúnios de sua vida,
pois essa é a forma que encontram para não sofrerem tanto.
Na realidade, a projeção é um mecanismo de defesa
primitivo que usamos como uma forma de nos isentarmos daquilo que julgamos
estar errado ou não funcionando em nossa vida. Diria que se trata de um
comportamento infantilizado, mas que às vezes a pessoa precisa lançar mão, em
função de sua estrutura de ego ser mais frágil, não conseguindo dar conta da
realidade.
O ideal é que a pessoa assuma que humano é um ser falho,
que tem o direito de errar, de se enganar, de fracassar, mas que tem a chance
de recomeçar a cada dia, podendo fazer diferente do que fez até então. A partir
dessa conscientização, com certeza, as pessoas conseguem repensar a sua maneira
de funcionar, tentando assumir a responsabilidade de seus atos.
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