A maternidade ainda é algo que algumas
mulheres precisam para se sentirem plenas enquanto mulher. Outras, em pleno
século XXI, ainda acreditam que por meio da gravidez conseguirão manter o seu
casamento. Enquanto que existem aquelas, que engravidam por descuido, não usam nenhum
método anticonceptivo, só que ao saberem que estão grávidas, se desesperam e acabam
por rejeitar a criança durante o período gestacional, não pensando na
representação que isso terá na vida psíquica desse ser.
Esquecem que a maternidade não é algo
tão simples como parece, pois filho é para toda vida. Portanto, até para
engravidar ou adotar uma criança é necessário um planejamento, não apenas
financeiro, pois a chegada de uma criança onera o orçamento familiar, mas
principalmente um planejamento emocional. O casal precisa desejar o filho,
estar estruturado emocionalmente, viver uma relação equilibrada e ter
consciência da responsabilidade que vai ter com aquele ser que irá gerar ou
adotar.
Infelizmente
o ideal nem sempre acontece, basta andarmos pelas ruas que vemos cenas de pais
com filhos que nos assustam. Isso sem falar naqueles pais que deixam seus
filhos perambulando nas ruas, que são negligentes ou que os agridem física e/ou psicologicamente.
Muitas
vezes, os filhos são responsabilizados pelo insucesso do casamento dos pais,
sendo isso verbalizado a eles. Os pais não se dão conta da maldade que estão
cometendo com esses, pois projetam para eles toda a frustração que vivem por
uma relação que não está dando ou não deu certo. É óbvio que a chegada de um
filho vai mudar toda a rotina do casal, que num primeiro momento a mulher se
volta mais para a criança, deixando por vezes o marido de lado.
Filho exige do
casal equilíbrio, doação, paciência, tolerância, saber lidar com a frustração,
compaixão, saber dar limites, dizer não quando necessário, passar valores,
educar, entre tantas outras coisas. Daí a necessidade de pensar bem antes de a
mulher engravidar, de verificar se estão preparados para serem pais, se estão
dispostos a abrir mão de algumas coisas que lhes dava prazer, em prol de seu
(a) filho (a).
É triste
vermos crianças precisarem estar freqüentando nossos consultórios, porque os
pais não estão preparados para lidar com elas. E o mais grave, é que os pais
geralmente se percebem isentos da responsabilidade do sofrimento psíquico dos
filhos. Pais bem centrados, com um bom equilíbrio emocional, que desejaram os
filhos, que transmitem a eles o amor que sentem, dificilmente precisam levá-los
para nos visitar. O casal não
precisa de um filho para se afirmar como homem e mulher. O que precisam é se
conhecerem e saber o que realmente desejam para suas vidas.
A maternidade precisa ser consciente,
por isso a importância de a mulher pensar antes de ter um filho de produção
independente. O pai desenvolve um papel importante na vida do filho. Por mais
que os tempos evoluam, continuamos sabendo e sustentando que pai e mãe são duas
figuras primordiais na vida de qualquer ser. Portanto, avalie bem se você tem
condições de ter um filho, se é o momento ou se o quer apenas para satisfazer
um desejo. Lembre-se que filho não é aquele brinquedo que você desejava muito,
mas que depois que ganhava, com o tempo começava a se desinteressar e acabava
por deixar de lado. Uma criança exige no mínimo, amor, cuidado, respeito,
carinho, atenção, tempo, disponibilidade, dedicação, educação, por isso não
saia fazendo filho por aí, sem ter a certeza que é isso o que você quer. Assim,
talvez não teremos tantas crianças e adolescentes problemáticos, como temos
hoje.