Não é incomum dizermos que alguém nos decepcionou, afinal,
isso faz parte da vida. Só que quando isso acontece nos damos o direito de
ficarmos chateados, tristes, magoados, com raiva em relação à pessoa que nos causou
a decepção. Penso que na realidade projetamos esse sentimento ao outro, por ser
difícil assumir que são nossos. Como assim? É simples, basta parar e analisar.
As pessoas nos decepcionam porque não atendem as nossas
expectativas, que na maioria das vezes, elas desconhecem. Mesmo assim, achamos
que essas devem ser atendidas. Afinal, nós imaginamos, criamos, idealizamos,
pensamos que o outro poderia agir da forma que gostaríamos, apesar de não lhe
comunicar. Partimos do princípio que o outro vai pensar ou fazer algo da mesma
forma que penso ou faço. Esquecemos que as pessoas são singulares, que podem
ter princípios e valores diferentes dos nossos, que o meio cultural em que
estão inseridos pode diferir.
Ficamos incomodados porque inconscientemente sabemos que
a decepção não é com o outro, mas com a gente, porque não tivemos a habilidade
de lhe dizer o que esperávamos dele. Falhamos na nossa comunicação, não agimos
com assertividade, demos asas a nossa imaginação e ao nosso pensamento,
acreditando que o outro deveria ler ou adivinhá-lo. Portanto, se não queremos
nos decepcionar é simples, basta não criarmos expectativas em relação ao
outro, tendo claro que ele não têm que dar conta das nossas idealizações,
pois são nossas. Ele tem apenas que ser, o que ele é, nada mais.
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