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terça-feira, 25 de setembro de 2012

FALAR NA MEDIDA CERTA

    
            Escutar não é uma tarefa fácil, principalmente nos dias de hoje, em que as pessoas têm a necessidade de falarem, de exporem seus problemas. Não basta o quanto se expõem nas redes socias, sem avaliarem o risco que correm. Quando encontram alguém, precisam falar, mesmo que estejam conhecendo a pessoa naquele momento.

            Percebo isso no dia-a-dia, nos locais mais variados, em momentos diversos e isso é algo que tem me chamado atenção. Às vezes, saio para tomar um café e bater um papo, ou até mesmo, só tomar um café e dar uma “oxigenada” no cérebro e acabo na condição de ouvinte, não por opção, mas porque não encontro espaço para falar ou para ficar quieta. Pensava que isso só acontecia comigo, em função da minha profissão, mas felizmente vejo que não.

            A impressão que tenho é que as pessoas falam com a sensação de que assim ficarão mais aliviadas, mas não percebem o peso que estão jogando para cima dos outros. A necessidade de falar é tanta, que não são capazes de respeitar o espaço do outro e de saber se ele está disposto a lhe ouvir. O pior de tudo, é que quando terminam de falar, sem dar tempo para que o outro verbalize alguma coisa, já vão saindo, pois tem algo para fazer e quem estava ali ouvindo, ainda meio estonteado com tudo que ouviu, não sabe o que fazer, se vai embora ou se continua sentando, dando um tempo para elaborar toda aquela avalanche de informações que lhe foi jogada.

            Vejo isso como uma falte de respeito, de deselegância para com o outro, pois se convido alguém para tomar um café, bater um papo, tomar um vinho, escutar uma música, penso que é para que haja uma troca de assuntos variados, para ter um momento descontração, para dar risada, dizer bobagem poder viver as coisas que alimentam a nossa saúde mental. Infelizmente não é isso que acontece, às vezes, esses momentos acabam se tornando desagradáveis, pois as pessoas só falam de seus problemas. Isso contribui, para que esses encontros não aconteçam, pois ao invés de ser algo prazeroso, acaba por se tornar desagradável.

            Mais desagradável ainda, é quando pegamos um livro e sentamos numa cafeteria, a fim de curtir o ambiente, de ler, de escutar uma música, saborear um café e senta alguém na mesa ao lado e resolve puxar assunto. Às vezes, para não ser desagradável, acabamos conversando e nos agredindo, pois não era aquilo que queríamos fazer. Nessas ocasiões, devemos prestar atenção como estamos nos sentindo naquela situação. Se a sensação for de desconforto, não temos que ter  nenhum constrangimento em pedir licença e continuar a leitura, fazendo aquilo que nos propusemos. Devemos fazer isso sem culpa, pois já demos atenção, já disponibilizamos um pouco do nosso tempo para aquela pessoa.

            Vocês podem questionar, mas falar não é algo bom? Os psicólogos não recomendam que a gente fale? Sim, recomenda-se que as pessoas falem, se comuniquem, desde que seja na medida certa e aí vai do bom senso.

                       

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