A capacidade de estar
só é um estado mental que hoje tem se tornado algo difícil para as pessoas
atingirem, pois precisam estar sempre conectadas, esquecendo, na maioria das
vezes, as boas regras de educação. Essa é a forma que encontram para não ter
que olhar para dentro de si, pois temem o que não conhecem.
Sabe-se que para conseguir chegar nesse estado, à pessoa
precisa estar bem consigo mesmo, gostar da sua companhia, para tanto, no início
de sua vida deve ter introjetado e assimilado as experiências boas lá vividas.
Experiências essas, que a psicanalista Melanie Klein denominava de seio bom.
Isso gera a sensação de prazer, de segurança e são elementos básicos elementos
básicos para vencer a solidão, convivendo com ela de forma egóica e prazerosa.
No entanto, nos dias de hoje, nos defrontamos com um funcionamento
robatizado da condição humana, que passou ser a ideologia do momento. Identifica-se uma carência afetiva nas
relações que se estabelecem no começo de nossas vidas, devido às questões do
tempo e também pela qualidade do afeto. Claro que os pais dão, em termos de
afeto, aquilo que receberam, não conseguindo dar, muitas vezes, o que a criança precisa para introjetar e
assimilar como um seio bom, que lhe permita estabelecer relações maduras na
vida adulta.
Não é incomum vermos pessoas se queixarem de solidão
mesmo quando está cercada de gente, isso se dá por essa lacuna que existe
dentro delas. A forma de tentar amenizar esse sentimento, que faz muitas
pessoas sofrerem é tentar se conhecer e buscar elementos que ajudem a compreender
melhor a causa da solidão, a fim de elaborar. Saber quem realmente você é pode
ajudá-lo a fazer gostar da sua companhia e curtir os momentos em que se
encontra só ao invés de sofrer.
Enquanto não se animar a fazer esse encontro consigo,
pode usar como paliativos para aliviar o sofrimento, o preenchimento do tempo com atividades que
lhe gerem prazer e que não o façam se sentir só. Porém, não esqueça que isso é
apenas um paliativo e que em alguns momentos a solidão voltará.
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