Existem pessoas que
devido sua ansiedade estão sempre preocupadas com o “e se”; e se der errado? E
se eu estiver com uma doença grave? E se me faltar dinheiro? E se o meu marido
arrumar outra pessoa? E seu eu for reprovado no exame de direção? E se o banco
cortar o meu cheque-especial? Por isso estar tão internalizado, não percebem
que sempre estão com esse questionamento e acabam sofrendo por coisas que
poderão ser ou não verdadeiras, mas não conseguem se livrar disso, porque ficam
com o pensamento paralisado no “e se”, não enxergando nenhuma outra
possibilidade em sua vida.
Na maioria das vezes, as preocupações ocasionadas pelo “e
se” são infundadas, porque se trata de pensamentos disfuncionais, causados pela
ansiedade. Como resolver isso? Questionando-os, vendo o quanto é verdadeiro o
que você está pensando. Também pode fazer uma relação com todas às vezes que
perdeu o sono ou o apetite, em função de alguma dúvida causada pelo “e se”, a
fim de averiguar se o pensamento era ou não verdadeiro. Verá que geralmente não
passou de um pensamento e que não valeu todo o estresse que teve, portanto,
quando esses pensamentos começarem a surgir em sua mente procure distraí-la com
algo que lhe dê prazer, cante, vá fazer uma atividade física, ligue para uma
amiga, leia, veja um programa que goste, mas não fique alimentando o pensamento.
Livrar-se desse tipo de pensamento é essencial, devido
ele bloquear a capacidade de resolução de problema, porque a pessoa fica presa apenas
nas tragédias que poderão acontecer em sua vida, sem conseguir desfrutar o que
de bom a vida tem a lhe oferecer, visto potencializar a probabilidade de algo
dar errado. Não que coisas erradas não possam ocorrer, precisa-se ter claro que
a chance de algo dar certo ou errado é sempre 50% para cada lado, entretanto,
algumas pessoas só conseguem pensar na possibilidade de dar errado e ainda por
cima, supervalorizam essa possibilidade. Andam na rua sempre com medo de serem
assaltadas, não andam de avião porque pode cair, porque se detém apenas as
notícias de aviões que caíram, ou seja, valem-se da atenção seletiva, ou seja,
ficam atentas as notícias que reforcem os seus pensamentos disfuncionais.
O grande agravante que vejo, é que as pessoas imaginam uma
situação, a partir do “e se”, e passam a vivê-la como verdadeira, ficam
ansiosas, sofrem alterações de humor, perdem o sono durante a noite, o apetite fica
alterado, a atenção dispersa e quando percebem que nada aconteceu, ainda justificam
que poderia ter acontecido. Sofrem por antecipação, acabam tendo todo um
desgaste emocional, desnecessariamente. O ideal seria que essas pessoas
conseguissem fazer uma reestruturação cognitiva, para viverem melhor, com mais
qualidade, mais alegria e sem tanto sofrimento, que acaba deixando-as amargas.
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