Não são poucas as vezes que falamos, falamos e não nos damos
conta do que estamos dizendo. Não filtramos o nosso pensamento, saímos falando
tudo o que nos vem à cabeça, sem avaliar se é o momento oportuno de falar e se
a forma como estamos falando é a mais adequada.
Sabemos que
precisamos verbalizar aquilo que nos incomoda, que nos gera sofrimento, que nos
magoa, a fim de evitarmos que esses sentimentos venham se apresentar em forma
de sintomas em nosso corpo. Porém, isso não significa que não tenhamos que
fazer uma filtragem naquilo que estamos pensando, porque nem sempre o nosso
pensamento estará correto. Precisamos lembrar que ele se constrói a partir da
forma como percebemos a situação e isso se dá por meio de nossas vivências,
experiências e percepções Portanto, antes de verbalizarmos o que estamos
pensando é necessário questionarmos se realmente aquilo que estamos pensando e
sentindo é o que aconteceu.
Para tanto,
faz-se necessário que pensemos sobre o ocorrido, por vezes não nos damos conta
dos nossos atos, das palavras que proferimos e acabamos nos locando na condição
de vítima, quando na realidade, fomos o agressor. A dificuldade que a pessoa
tem de se escutar é que oportuniza a criação de situações desconfortáveis,
porque não se dá conta do que falou e muito menos do que estava pensando
naquele momento, devido à ânsia de falar.
Percebe-se
que pensar o pensamento não é o hábito da maioria das pessoas, porque para
isso, faz-se necessário parar e se ensimesmar, ou seja, se desligar das coisas
externas que preenchem sua vida e olhar para dentro de si, a fim de se
entender. Esse não é um exercício fácil de fazer, até porque pode se dolorido,
mas diria que é necessário, se tivermos o desejo de nos conhecermos e
entendermos a maneira como funcionamos. A partir desse entendimento é que
conseguiremos fazer algumas mudanças na nossa maneira de viver e até mesmo, de
encarar a vida.
No momento
que desenvolvemos o hábito de pensar o pensamento, de questioná-lo,
conseguiremos viver de forma mais leve, porque aí desenvolveremos o hábito de
escutar o que dizemos. Precisamos ter claro que para saberemos o que pensamos,
precisamos saber o que dizemos caso contrário a confusão e os conflitos podem
se formar.
Sendo assim,
fale com calma, pense sobre o que está falando, avalie se é o momento, se não
for, espero o momento oportuno, pois ele chegará, mesmo que demore. Só não vale
ficar nutrindo sentimentos de raiva, ódio, rancor, mágoa contra a pessoa, pois
ele só fará mal para você, porque o outro não sabe o que se passa na sua
cabeça. Esses sentimentos são seus e ninguém tomará conhecimento, a não ser que
o exponha.
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