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quinta-feira, 20 de junho de 2013

LIGAÇÕES AMOROSAS CONFLITUADAS

  Percebe-se que vem crescendo o número de pessoas que vivem relações amorosas conflituadas, com características já vivenciadas anteriormente, mas não conseguem se desvencilhar delas. É interessante escutar as diversas opiniões frente a essas situações, pois as classificações são muito variadas, mas nem sempre assertivas.

  Apesar de todo processo de evolução que a mulher vem tendo, em nossa cultura, parece ser ela a que fica mais presa a essa maneira adoecida de amar e ser amada. Quem de nós não conhece pelo menos um caso de uma mulher que sofre agressões físicas ou verbais do seu parceiro, mas mesmo assim não consegue separar, pois o ama. Não é incomum nos defrontarmos com situações, que a mulher tem a clareza de que a relação não dá mais, que já houve várias tentativas e todas sem sucesso, mas ela persiste em querer manter a relação, não se permitindo viver novas oportunidades, porque acredita amar o seu parceiro. Até porque, ele renova suas esperanças, apesar de sinalizar e justificar que não tem perfil para assumir a relação que ela idealiza.

  Identifica-se a presença de um jogo nesse tipo de relação, onde existe um processo de retroalimentação da forma de amar patológica dessas pessoas, a que chamamos de tantalizante.

   Segundo o dicionário Aurélio, tantalizante é “aquele que tantaliza”, ou seja, que espicaça ou atormenta com algo e isso,  nas relações amorosas,  ao mesmo tempo em que há o estimulo e o desejo de possuí-la(o), é explicitado continuamente que existe a vontade de manter-se distante do objeto amado, instigando o mitológico suplício de tântalo. Na mitologia, Tântalo por ter roubado os manjares dos deuses do Olimpo, é punido por Zeus, para eternamente passar fome e sede. O suplício de Tântalo se dava por estar acorrentado e imerso até a cabeça nas águas de um lago e quando essas subiam até sua boca, fugiam de seu alcance não permitindo que saciasse sua imensa sede. O mesmo acontecia com os frutos que havia no bosque, que rodeava esse lago, que se aproximavam dando-lhe a esperança de saciar sua fome, mas acabavam se afastando.

    O mesmo acontece nas ligações amorosas conflituadas, eternizando o ciclo de promessas, de expectativas, que na maioria das vezes não se cumprem, desencadeando uma série de decepções, frustrações, necessárias para alimentar o vinculo patológico que o casal estabeleceu.

  A dificuldade das pessoas que estabelecem esse tipo de relação em romper o relacionamento, está atrelada ao fato do casal projetar e dissociar, um ao outro, o seu lado sádico e masoquista, que estão cindidos e por isso faz com que um complemente o outro. A separação pode suscitar para eles a extirpação da sua própria metade, o que os levará a uma desestruturação, causando-lhe um sofrimento psíquico intenso e que provavelmente não estejam preparados para suportar, daí a necessidade de manter-se juntos.

   

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