Vem chamando atenção o número de
adolescentes que estão fazendo uso de álcool, apesar de a venda de bebida
alcoólica para menor ser proibida.
Os
jovens no afã de se mostrarem muito espertos e na ânsia de afirmarem a capacidade
que tem de não respeitarem regras, enchem o peito para contar que conseguem
burlar a lei, comprando bebidas alcoólicas, pois alguns comerciantes não pedem
documento que comprovem que são maiores de idade, acreditando apenas na palavra
do próprio adolescente.
Até
dá para entender a postura do comerciante, que está apenas preocupado com o seu
lucro, porém, não justifica e não nos leva a concordar com tal postura, porque
além de estar infligindo à lei, mostra a sua total despreocupação com o outro,
deixando prevalecer seu olhar egocêntrico frente às questões sociais.
Agora,
o mais preocupante, são os pais desses adolescentes, que parecem não estar
preocupados com esse problema, chegando, algumas vezes, a autorizá-los a beber
em festas. Por que estão sendo coniventes com isso? Quais os ganhos secundários
que estão tendo? Será que a permissividade é a forma que conhecem para
expressar o seu amor pelo filho? Será que temem a reação dos filhos se derem
limites? Muitos são os questionamentos que não querem calar, quando nos
defrontamos com essas situações.
O
adolescente está clamando por limites, isso fica claro quando abordamos esse
assunto com eles. Justificam seu comportamento, alegando que as autoridades
nada fazem para impedi-los de usar bebida de álcool, porque não estão em frente
aos locais que ocorrem as festas, onde o álcool corre solto. Quando
questionados se são as autoridades que tem que lhes dar esse limite ou se isso
deve iniciar em casa, silenciam e ficam a pensar. Obviamente, que tentam eximir
os pais dessa responsabilidade, pois essa é uma reação normal do filho, mas
esse questionamento os faz pensar.
Não
é incomum vermos pais contarem para os amigos que o filho chegou alcoolizado em
casa, achando graça. Outros fazem vista grossa, porque não querem se incomodar
e ainda tem aqueles, que verbalizam que compram bebida para os filhos, pois
preferem que eles bebam em casa, sobre o seu controle. Com isso o número de
jovens que vem contribuindo para aumentar as estatísticas que mostram o abuso de
álcool na adolescência, está crescendo.
Esse
comportamento dos pais parece ser sintomático, levando-nos a pensar sobre a
representatividade que o álcool tem em suas vidas, bem como, sobre a
dificuldade que tem dar limites aos filhos. Esquecem, que quem ama educa e
educar é ensinar o que é certo e errado, é dar limites, é dizer não, a fim de
gerar o sentimento de frustração no filho para que esse pense sobre suas
atitudes. Alegar que os jovens de hoje não escutam os pais é porque esses não
se fazem escutar, porque resolveram assumir o papel de amigo, que, diga-se de
passagem, é bem mais fácil, do que de pais. Pais tem que dar exemplos,
transmitir princípios, valores éticos e morais, entretanto, parece que essas
coisas tão óbvias caíram no esquecimento.
A
venda de bebida alcoólica tem que ser fiscalizada pelos agentes da lei, por nós
adultos quando vemos algum comerciante vender, pelos pais. Agora, o exemplo, a
fiscalização maior tem que se dar pela família e talvez essa seja a raiz do
problema do alto índice de alcoolismo entre adolescentes.
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