Essa é uma pergunta que respondo diariamente, há mais de
dois anos, pois as pessoas não conseguem entender o interface que existe entre
essas duas ciências.
A Psicologia Econômica existe fora do Brasil há mais de
130 anos e aqui, ela ainda está engatinhando, pois não nos demos conta que as
decisões que tomamos na nossa vida econômica/financeira, estão atreladas aos
fatores psicológicos. Esses não podem ser desprezados, pois as nossas reações,
nessa área, revelam o quanto damos vazão aos nossos impulsos instintuais
originais – autopreservação, agressão, necessidade de ser amado, busca pelo
prazer, rejeição à frustração, etc.
Entender o que o leva a gastar demais, quais as dificuldades
que temos para economizar, aprender que não podemos nos deixar levar pelo “comportamento
manada”, pois esse nem sempre é o mais adequado, quando o assunto é financeiro,
saber como identificar o momento de parar, entender a simbologia do dinheiro e
o peso que ela tem em nossas vidas, são assuntos estudados na psicologia
econômica.
Penso que a dificuldade de compreensão desse interface
entre Psicologia/Economia aqui no Brasil se dá em função da maneira como
vivemos, onde as questões financeiras parecem não ser levadas muito à sério,
começando pelos nossos governantes.
O interessante é observar o quanto as pessoas tem
dificuldade de lidar com esse assunto, que hoje está em alta, pois sabemos que
o nível de endividamento das famílias brasileiras vem crescendo, basta
acompanhar as estatísticas. Percebo que muita gente fica incomodada e já não
foram poucas às vezes que escutei que deveria “sair dessa, pois não chegarei a
lugar nenhum”. Como sou uma pessoa persistente e defendo as minhas ideologias,
não desisti, pois vejo a Psicologia Econômica como um novo nicho de mercado,
que tem muito a ser explorado e que dará bons frutos. Basta acreditar e ter
visão de negócio, isso aprendi quando fiz minha especialização em Marketing.
Precisamos ter claro que o endividamento das pessoas é
consequência de um comportamento e que esse se dá em função das nossas emoções
e sentimentos. Por isso se diz que o endividamento financeiro não é causa, mas
sim uma consequência do endividamento afetivo e simbólico. A partir do momento
que entendermos isso, vamos compreender o que nos leva a gastar aquilo que não
temos para gastar. Veremos que estamos sendo conduzidos pelo princípio do
prazer e pelo nosso Id, só vamos deixar o princípio da realidade entrar em
ação, quando o mês e o nosso salário se tornam pequenos para pagar todas as
contas.
A Psicologia por estudar o comportamento tem como explicar
os critérios que usamos para tomar decisões na nossa vida econômica. Não temos
como falar e entender todo esse endividamento que está aí, sem nos valermos da
Psicologia Econômica e da Economia Comportamental. Pois como foi comprovado
recentemente, por uma pesquisa realizada pela SERASA, o brasileiro tem noção de
Educação Financeira, mas a causa do seu endividamento se dá pelo comportamento.
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